quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A QUEDA


Em 30 de setembro de 2000, após um parto difícil em um Hopital de Veneza, que por pouco não acaba na morte do bebê, nasce Tito, o primeiro filho do escritor, jornalista e colunista da Veja, Diogo Mainardi. Alguns meses depois, Mainardi descobre que, em decorrência de erro médico no momento do parto, Tito sofre de paralisia cerebral. Essa condição exige uma série de mudanças na vida do jornalista e de sua família. Essa experiência o levou a escrever A Queda, livro que conta a vida de Tito e a do próprio Mainardi, após a chegada do filho.

Valendo-se de uma estrutura bem diferente, constituída de parágrafos estaques, independentes - inclusive cada parágrafo recebe um número - o jornalista conta, sem linearidade, o que aconteceu no dia do nascimento de Tito e os anos que se seguiram: alegrias, tristezas, dificuldades. Ao lado desse formato criativo, outro recurso que o autor usou para contar a história chama a atenção: a associação que o autor fez entre relatos, fatos, curiosidades - culturais e históricos - com o nascimento e vida do filho.

Certamente resultado de intensa pesquisa,  Mainardi consegue reunir um vasto material, rico e curioso, que torna a leitura bem interessante. Algumas de suas descobertas são realmente surpreendentes dada a coincidência dos fatos com a história de Tito. (Aqui, chamo de coincidência porque o autor quis assim deixar transparecer, mas o leitor pode dar o nome que preferir, de acordo com sua filosofia de vida ou religião).

Sem floreios, sem chororô, sem pieguismo; às vezes até com um humor ácido e com sarcasmo, bem ao seu estilo, Mainardi consegue nos comover e nos envolver em seu drama pessoal. Ainda que não goste do Mainardi como jornalista (eu, particularmente, não gosto e nunca gostei), vale despir-se das concepções construídas a respeito dele e ler o livro.


Bem... Essa é a última postagem do ano. Agradeço a todos que me acompanharam até aqui e desejo a todos ótimo Natal e ótimo começo de novo ano.  Até 2013!!




sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A SEPARAÇÃO


A Separação é um drama iraniano, escrito, dirigido e produzido por Asghar Farhadi, em 2011, e traz em seu elenco os atores... Poxa! Vocês querem mesmo saber quem são os atores iranianos que atuam nesse filme?! O diretor, ainda vai; mas, ator?! Vai servir para quê?! Tá bom! Beleza! Se for para fazer o serviço, faz direito! Ok! Aí vão os nomes (quero ver vocês lembrarem o nome deles depois!): Leila Hatami, Peyman Moadi, Shahab Hosseini, Sareh Bayat, Sarina Farhadi, Babak Karimi, Ali-Asghar Shahbazi, Shirin Yazdanbakhsh, Kimia Hosseini, Merila Zarei, Hayedeh Safiyari. 

E agora o momento preguiça de todas as sextas; eis o resumo da história copiado do site Omelete: "Simin (Leila Hatami) e Nader (Peyman Moadi) estão diante de um juiz para acertar o divórcio; ela quer morar fora do Irã e levar sua filha, enquanto o marido insiste em ficar em Teerã para cuidar de seu pai idoso, que tem Alzheimer. O juiz nega o divórcio, pois não há, no seu entender, um fato suficientemente grave para justificar a separação." Pronto.

Não se assustem porque A Separação não é aquele filme iraniano típico, a que tanto se referem quando, em tom de piada, querem dar exemplo de filmes bem alternativos, cultos, difíceis, inacessíveis. Essa produção não é dessas que a gente, para entender e acompanhar a trama, tem que conhecer os costumes e as peculiaridades culturais, regionais,  sociais, do país. Não! Embora contenha um pouco dessas peculiaridades que citamos, conseguimos acompanhá-lo sem problemas, pois a temática de A Separação é bem universal.

Devido ao bom roteiro, ao bom ritmo, às excelentes atuações e ao estilo de filmagem meio "câmera na mão," que mostram as cenas de forma bem crua, nós somos imersos na história e nos dramas que vivem os personagens. E o que contribui ainda para tonar o filme envolvente foi a competência do diretor ao explorar a sequência de idas e vindas, embaralhamento e reviravoltas dos conflitos, mostrando as virtudes e defeitos de cada personagem. Afinal são todos humanos, que erram e acertam.

Se existe algum pecado foi a ausência de solução, de resposta, para os conflitos. O final é meio vazio. Quando o filma acaba, a gente se pergunta: sim, e daí?

Essa postagem já está ficando grande demais para uma sexta. Assistas ao filme. Muito bom! Até logo!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

ESSE CARA SOU EU - ROBERTO CARLOS


Nunca gostei de Roberto Carlos, e, se havia alguma chance de gostar dele, ela foi fulminada quando ele gravou uma música para gordinhas e outra para mulher de óculos. Desastre total! (Quero deixar claro que não tenho nada contra o tema, contra as mulheres de óculos ou gordinhas, o problema era a baixa, ou nula, qualidade das músicas mesmo).

Pois bem... De tanto falarem da tal nova música dele (Esse cara sou eu), ver postagem sobre essa canção no facebook, ver referências a ela em sites, superei minha resistência ao cantor e resolvi ouvi-la. Que arrependimento! Agora, aquele refrão chato não para de martelar a minha cabeça (esse cara sou eu...essa cara sou eu...esse cara sou eu).

Que pobreza de letra! Parece que foi feita de improviso. Não sei quem é o compositor, não sei se é o próprio Roberto Carlos, mas, ao prestar atenção à letra, tenho a impressão de que foi feita às pressas. O compositor, com o prazo vencido para entregar a encomenda, sem saber mais o que fazer, travado num bloqueio criativo, correu a uma papelaria perto de sua casa e copiou um monte dessas frases românticas horrorosas, que encontramos naqueles cartões bregas de amor; depois mexeu um pouquinho e... voilà: Esse cara sou eu! Está aí o processo de gestação dessa música! Só pode ser!

Por falar em letra, as rimas são tão fáceis e previsíveis, que, depois de ouvir a primeira estrofe, comecei a fazer um joguinho (serviu-me também para não dormir durante a execução): tentar adivinhar a palavra que rimaria com a última da frase anterior. Não é que eu fui bem! Não que eu seja o cara (esse cara não sou eu) - qualquer um teria o mesmo desempenho -, as rimas é que eram óbvias demais. E, ainda no terreno da letra, temos um momento estranho e cômico. Uma frase, devido à sua ambiguidade,  confunde, no primeiro momento, e dá margem para interpretações engraçadas. Esta é a frase: "Que depois do amor você se deita em seu peito".  Levei um susto! Será que a mulher exagerou na prótese de silicone?! Ou, além de pescoçuda, ela é uma habilidosa e bizarra contorcionista?! Claro que não é nada disso! A mulher deita no peito do tal do cara. Mas que a frase ficou estranha e mal elaborada, isso ficou.

E a melodia? Sem muitas palavras: pobre e chata!

Quer exemplo de um verdadeiro "cara" em uma música? Segue a letra logo abaixo.


O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

Outro exemplo? O terceiro cara nessa letra.

O primeiro me chegou
Como quem vem do florista:
Trouxe um bicho de pelúcia,
Trouxe um broche de ametista.
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha.
Me mostrou o seu relógio;
Me chamava de rainha.
Me encontrou tão desarmada,
Que tocou meu coração,
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse "não".
O segundo me chegou
Como quem chega do bar:
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar.
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida.
Vasculhou minha gaveta;
Me chamava de perdida.
Me encontrou tão desarmada,
Que arranhou meu coração,
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse "não".
O terceiro me chegou
Como quem chega do nada:
Ele não me trouxe nada,
Também nada perguntou.
Mal sei como ele se chama,
Mas entendo o que ele quer!
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher.
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não,
Se instalou feito um posseiro
Dentro do meu coração.

Está aí o vídeo da canção do Roberto Carlos




terça-feira, 11 de dezembro de 2012

VANDER LEE


Quem escuta com frequência, ou nem com tanta frequência assim, a Nova Brasil FM deve conhecer o cantor e compositor mineiro, Vander Lee.  Com seis CD's e um DVD lançados, o artista é mais conhecido por compor e interpretar músicas que costumamos chamar de MPB, porém, no último CD, ele faz uma incursão no samba e também experimenta xote, baião e bolero.

Está aí um cara que merecia mais destaque. Não dá para dizer que ele é genial, brilhante, que chegou para abalar, mas o seu trabalho é bom. Não sei por que ele não pega. Não sei se é o seu nome, que, na sonoridade, lembra cantor romântico brega da jovem guarda, e, na grafia, lembra ator chinês de filme de Kung Fu; ou, se é ainda sua voz aguda e meio anasalada - que devo admitir não ser a das mais agradáveis - que o atrapalham; talvez. Entretanto, mesmo com esses probleminhas, acho que ele deveria receber mais atenção. Muitas cantoras da MPB lhe deram a devida atenção e gravaram suas músicas, que talvez sejam mais conhecidas da boca dessas artistas do que da do próprio Vander Lee. Gal Costa, Rita Ribeiro, Leila Pinheiro, Alcione, são algumas das cantoras mais famosas que já gravaram músicas desse compositor.

Merecia, também, receber mais atenção da televisão, do produtores de show; pelo menos, para as bandas de cá (aqui em Brasília, mesmo, só fiquei sabendo, de última hora, de dois shows dele e em teatros pequenos; apresentações às quais, infelizmente, não pude ir). E quanto à tv, nunca o vi apresentar-se em nenhum programa. Pensando bem, na verdade, ele precisa mesmo é receber mais atenção do público, pois o sucesso com público é que abre espaço para uma exposição maior no rádio, tv, e apresentações em shows. O público deveria ouvir mais essas belas canções que ele fez, belas tanto na letra quanto na melodia: Esperando Aviões, Onde Deus Possa me Ouvir, Contra o Tempo (muito conhecida na voz de Rita Ribeiro), Iluminado, Meu Jardim, Pensei que Fosse o Céu. Então, faço um apelo: prestem um pouco mais de atenção a esse cantor.

Alguns vídeos com músicas dele.

Esperando Aviões


Onde Deus Possa me Ouvir

Contra o Tempo






sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

NÃO DURMA DE CONCHINHA


Está em cartaz, em Brasília/DF (como se eu fosse lido em outro estado!), amanhã e depois, a peça Não Durma de Conchinha, da companhia de comédia De 4 é Melhor. Vocês conhecem minha preguiça de toda sexta-feira, né? Ainda mais depois de ler e comentar Kafka...Meu cérebro pediu arrego. Não quero pensar, então vou colar aqui o resumo do que a peça trata (o texto copiei do site da própria companhia): "A peça aborda, de forma descontraída, peculiaridades de todas as fases íntimas de um ciclo de relacionamento. A peça retrata desde a solidão e a busca pela alma gêmea, passando pela rotina de um casal, pelos problemas sexuais, pelo ciúme da relação, até a separação e o começo de um novo ciclo."

A minha opinião sobre o espetáculo vai ser breve. É uma boa peça. A De 4 é Melhor não é a melhor companhia de comédia de Brasília, mas é uma boa companhia; nem esse espetáculo o melhor de humor que já vi, mas é um bom espetáculo. E, nesse caso, os dois juntos garantem algumas boas risadas. Algumas esquetes são bem engraçadas, como o cara que tenta descobrir se o amigo é gay. Não gostei do monólogo logo no começo e no fim da peça: o texto e a interpretação poderiam ter sido melhores. No mais, a atuação dos atores estava boa e as situações divertidas. Vale conferir!

Vídeo promocional do espetáculo



quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

KAFKA - UM ARTISTA DA FOME


Sombrio, denso, triste, perturbador, enigmático, genial. Todos esses adjetivos e outras mais cabem perfeitamente ao grande escritor tcheco Franz Kafka, que viveu entre 1883 e 1924.  Foi a primeira vez que li contos de Kafka, já tinha lido um romance (O Castelo) e uma novela (A Metamorfose), duas excelentes obras por sinal; agora, contos ainda não. Nesse livro, encontramos os contos: Primeira Dor, Uma Pequena Mulher, Um Artista da Fome, Josefine, a Cantora ou O Povo dos Ratos, Um artista da fome; e também a novela Na Colônia Penal.

Nessas obras, Kafka segue a mesma linha de O Castelo e A Metamorfose: dá mais ênfase às reflexões do que propriamente ao enredo. Não é um autor de grandes surpresas, reviravoltas, enigmas em suas tramas. (Só para esclarecer uma possível contradição: quando, lá em cima, eu disse que ele é enigmático, refiro-me aos seus personagens e mensagens). Em Uma Pequena Mulher e Josefine, a Cantora, por exemplo, quase não há história, mas sobram ricas e profundas reflexões.

Não quero dizer com isso que seus enredos seja ruins, primários, fáceis; de jeito nenhum. Ele é muito criativo ao imaginar personagens e fatos, as histórias são envolventes, mas a trama em si não é o que mais chama atenção em seus livros. A sua maior virtude, o seu diferencial, é a descrição das situações, da realidade de seu tempo, dos conflitos e sentimentos do ser humano; e ele o faz de forma dura, fria, pungente.  Em Um Artista da Fome, de tão bem escrito, praticamente sentimos a angústia do personagem. Para mim, esse é o melhor conto do livro.

Destaco também Primeira Dor e Na Colônia Penal. Essa novela até apresenta um pequena reviravolta na trama, contrariando um pouco o que escrevi antes. Não gostei tanto dos outros dois contos: Uma Pequena Mulher e Josefine, a Cantora. O problema não foi a ausência de enredo dessas duas obras. A dificuldade que vi foi sua leitura confusa e difícil de acompanhar; a narrativa não se desenvolve, pois o autor pisa e repisa, destrincha e estica o tema em discussão; eu tinha que voltar a toda hora para não perder o encadeamento das ideias. De qualquer maneira, vale a pena os ler, pois Kafka, numa abordagem diferente e brilhante, coloca em discussão questões interessantes.

Fica a dica! Até mais!






sexta-feira, 30 de novembro de 2012

MEDIANERAS


Dois jovens solitários, interpretados por Javier Drolas e Pilar López de Ayala, vivem seus dramas,  fobias e traumas amorosos, de forma cada vez mais isolada do mundo, mas ainda guardam o desejo de encontrar alguém interessante com quem possam dividir seu espaço, por quem possam se apaixonar. Mas os hábitos da vida moderna e o ambiente hostil de uma grande cidade parecem dificultar essa busca.  O contato com outras pessoas dá-se principalmente, ou apenas, no ambiente virtual. Esse é o resumo rápido e rasteiro da comédia romântica argentina, Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual, película dirigida por  Gustavo Taretto, com roteiro do próprio diretor.

Não há registro de que o filme tenha sido baseado numa história real; provavelmente sim, pois histórias como essa são tão comuns hoje em dia que uma delas bem que poderia ter servido de material para o filme. Mas...Pensando bem, talvez, exatamente por isso, devemos crer que não foi baseada ou inspirada em um relato específico, mas em vários; uma mistura de muitos. Também pode ser que sim. Por esse motivo, por ser algo do nosso cotidiano, do nosso mundo moderno, de alguma forma, nos identificamos com Medianeras. Se não aconteceu com a gente, aconteceu com um conhecido; ou, então, já lemos em alguma revista ou vimos na TV, histórias semelhantes à que ocorreu com o casal de protagonistas. Passa-se em Buenos Aires, mas poderia se passar em qualquer cidade do mundo atual.

Pela razão exposta, a trama até nos prende. Entretanto, considero o filme apenas mais ou menos. Legalzinho, vai!! Pode servir para uma tarde dessas em que estamos à toa. Há momentos engraçados, divertidos, mas não me convenceu ou conquistou totalmente. Achei que faltou novidade, surpresa. Além disso, na minha opinião, o filme às vezes cai no clichê e usou recursos não muito elaborados para fazer uma brincadeira, um "trocadilho," por assim dizer, que se explica no final do filme. Refiro ao fato de o diretor ter usado o passatempo da protagonista, o joguinho Onde Está o Wally, para fazer ligação com um acontecimento na vida dela. Achei meio óbvio e fácil. Poderia ter sido mais criativo.  E o que se destaca positivamente no filme? Para mim, o texto. Muito bom!

Bem! Medianeras se salva. Não é lá grandes coisas, mas dá para dizer que é um bom filme!

Até logo!


Trailler




sexta-feira, 23 de novembro de 2012

PAISAGEM NA NEBLINA


Paisagem na neblina é um drama grego que conta a história de dois irmãos, ainda crianças, que partem sozinhos da Grécia em busca do pai desconhecido que, segundo lhes contou a mãe, vive na Alemanha. Para alcançar o objetivo de chegar a esse país, eles tomam clandestinamente um trem. Como se é de imaginar, sozinhos, eles passam por algumas situações difíceis que lhes abrem os olhos para a dura realidade do mundo.

No geral, gostei do filme, apesar de conter alguns elementos que não me agradam, como: uso de símbolos e alegorias para transmitir e explicar ideias e fatos, diálogos aparentemente sem muito sentido, cenas surreais. Como não havia em excesso, esses "probleminhas" não comprometeram. Enfim, o saldo foi bem positivo.

Gostei do tratamento que o diretor deu à trama. De maneira bem realista (como é bem comum em produções europeias), ele mostra as alegrias e, principalmente, as angústias que os dois irmãos viveram durante a sua jornada. E, por falar em angústia, o filme é assim: angustiante. É duro ver o sofrimento de duas crianças, ainda mais quando se é pai. Mas, filme não é só para causar bem-estar; essa arte também está aí para nos fazer refletir sobre o lado cruel da vida.

Outro ponto positivo foi o final. Sutil e delicado. Simples, mas rico em mensagem. Muito bem pensado. Prefiro omitir que tipo de sentimento essa parte do filme despertou em mim para não entregar o que aconteceu.

É um filme muito bonito. Vale a pena conferir.

Até a próxima!

Ficha técnica e trailler

Direção: Theo Angelopoulos
Elenco: Tania Palaiologou, Michalis Zeke, Stratos Giorgigoglou, Eva Kotamanidou, Aliki Georgouli, Kiriakos Katrivanos, Vangelis Kazan, Dimitris Kaberidis, Ilias Logothetis,Gerasimos Skiadaressis  
Ano: 1988
País: Grécia
Gênero: Drama

Trailler (não achei em português)



sexta-feira, 16 de novembro de 2012

HAYLEY WESTENRA


Navegando pelo Youtube atrás do vídeo da linda música Wuthering Heigths interpretada pela singular e excêntrica Kate Bush, com sua bela e agudíssima voz, eis que vejo ali ao lado o vídeo de uma menina meio loira, meio ruiva, de sobrenome estranho, interpretando a mesma música. Hayley Westenra, o nome dela. Depois de conferir a maluca e espetacular performance de Kate Bush, cliquei no da loira-ruiva de sobrenome estranho por pura curiosidade, só para ver sua ousadia, pois tem que ter muita coragem para cantar essa música. Que grata surpresa! Fiquei encantado e impressionado com sua voz. É doce, suave, reconfortante: belíssima!! Arrisco dizer que a música ficou melhor com ela do que com a Kate Bush. Fui conferir outros vídeos da tal Westenra: Pie Jesu, Ave Maria, I Dreamed a Dream. Todas as músicas divinamente interpretadas. Mesmo nos agudos bem altos, ela mantém a doçura na voz, talvez até a acentue.Tive que comprar o disco da moça.

Comprei o Pure, de 2003, o primeiro internacional da cantora, justamente por trazer a  Wuthering Heigths. O disco é muito bom; todo num tom bem calmo e sereno. Nesse álbum, ela mistura músicas nativas, cantadas em Maori (parece estranho, mas existe um razão para isso;  Westenra é neozelandeza), canções eruditas, religiosas e também populares. Não conhecia a maioria das músicas, na verdade só conhecia duas: a própria Wuthering Heigths e Amazing Grace. Depois de ouvi o disco, gostei de todas, até as em Maori. Achei o repertório muito bem selecionado. Destaco: River of Dreams, Never Say Goodbye, Who Painted the Moon Black. Quero ainda adquirir outros discos dela.

Confiram os vídeos abaixo e vejam se a voz dela não é belíssima. Até a próxima!


Wuthering Heights

Pie Jesu (Preste atenção na suavidade dos agudos; e isso cantando ao vivo! Bonito demais!)

I dreamed a dream

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

THOMAS FERSEN


Para quem curte música francesa, apresento o cantor, músico e compositor francês: Thomas Fersen. Se bem que ele não é do tipo que só faz músicas tipicamente francesas, aquelas baladas com melodias e arranjos bem característicos. Até reconhecemos em seu repertório algumas assim, mas ele vai muito além desse gênero. Devido à sua diversidade,  é até difícil encaixá-lo num único estilo musical. Como bem colocou o texto do Wikipédia, seu estilo pode ser rock, pop rock, folk, jazz e blues. A classificação varia de um álbum para outro ou, até mesmo, de uma música para outra dentro do mesmo álbum.

Percebe-se, então, que Fersen é um artista versátil e criativo. Basta ouvir um disco para notarmos que ele inventa, arrisca e cria bastante. Sua coragem, versatilidade e criatividade se refletem também nos arranjos. O músico combina, com êxito, vários tipos de instrumentos em suas músicas, tais como: banjo, trompete, trombone, harpa, acordeão, contrabaixo, guitarra.

Juntem-se, então, a esses belos arranjos letras irreverentes, bem-humoradas e repletas de trocadilhos e rimas bem empregados. O resultado são canções contagiantes, descontraídas e engraçadas. Não posso me esquecer de juntar aos elementos anteriores a agradável voz grave e ligeiramente rouca de Fersen. Portanto, motivos não faltam para você conferir o trabalho desse artista.

Sugiro ouvir atentamente, pelo menos, os seguintes álbuns (ele produziu onze ao todo, mas só conheço esses três):  Le Bal des Oiseaux, Pièce Montée des Grands Jours, e Trois Petis Tours. Segue uma música de cada um desses discos. Além dessas aí abaixo, ouçam também: Juillet, Libertad, Le Chat Botté, Diane de Poitiers, Deux Pieds, Né Dans une Rose, La Malle, Chocolat.




Le Bal des Oiseaux (Le Bal des Oiseaux)


Croque (Pièce Montée des Grands Jours)



Les Mouches (Trois Petis Tours)



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

HOMENS E DEUSES


Fim de semana chegando, venho, então, sugerir um filme. Mais uma vez a sugestão recai sobre um longa francês, assim como ocorreu na sexta-feira passada. O de hoje é o drama, Homens e Deuses. Em relação à história, vou reproduzir aqui o resumo que retirei do site Cineclick (preguiça de pensar mesmo): "Um grupo de monges franceses convive em perfeita harmonia com a população muçulmana até esta relação sofrer interferência de fundamentalistas, que massacram trabalhadores e espalham o medo." O episódio relatado no filme é real e se passou durante a guerra civil ocorrida em 1996, na Argélia.

Mesmo que você já conheça esse episódio e saiba, inclusive, qual é o seu desfecho, não significa que o filme vá perder força dramática. Um dos fatores que alimenta o drama é o bom trabalho do diretor no sentido de revelar o lado humano dos personagens. Ele mostra, com simplicidade e sobriedade, parte da rotina dos monges, seus conflitos, suas alegrias e suas angústias para decidirem seu destino. A cena mais bonita, forte e tocante é quando, no momento da ceia, logo depois de tomarem a decisão fatal,  cada monge tem suas expressões captadas por uma tomada bem próxima da câmera, o que nos permite ver a emoção mais íntima de cada um deles. 

Devo alertar que o filme anda sem muita pressa; melhor dizendo, anda bem devagar mesmo. E, para piorar, os monges cantam a toda hora, o que pode provocar mais sono. Mas não deixe que esses fatores o desanimem, escolha o melhor momento e acompanhe com atenção a prova de fé e os momentos de fraqueza e força que marcaram a vida desses homens. Vale a pena.


Ficha técnica e trailler

Diretor: Xavier Beauvois
Elenco: Lambert Wilson, Michael Lonsdale, Olivier Rabourdin, Philippe Laudenbach, Jacques Herlin
Roteiro: Etienne Comar
Ano: 2010
País: França
Gênero: Drama


terça-feira, 23 de outubro de 2012

CINQUENTA TONS DE CINZA


Vencido mais uma vez pela minha curiosidade (quero ver até aonde essa minha curiosidade vai me levar), li o livro da moda: Cinquenta Tons de Cinza, da escritora inglesa E. L. James. Falam tanto desse livro que não aguentei e resolvi conferir o que ele trazia que despertava tanta discussão. O que eu achei? Bem...Sabe aqueles filmes românticos bem água com açúcar? Pois é, assim é o Cinquenta Tons de Cinza. Todos os elementos desse gênero de filme estão lá: trama de enredo fácil e previsível, personagens caricatos e superficiais, clichê aos montes, e, claro, uma história de amor bem fantasiosa. É possível resumir a história em duas linhas, sem muitos prejuízos para o entendimento: garota de 21 anos de idade, que se comporta como adolescente de 17, sem grana, desajeitada, simples, mas bonita, envolve-se com ricaço bonito, poderoso e misterioso.

A principal diferença do Cinquenta Tons de Cinza para esses filmes é que, além dos dois ingredientes acima, adicionou-se à fórmula boa dose de  pimenta. E não é qualquer pimenta, não! Nesse caso, ela veste fantasia de couro e empunha chicote, algema e mordaça. Pois é...O livro aborda o universo BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão e sadomasoquismo). Se a obra é fiel a esse mundo, não faço ideia, pois não sou adepto dessa prática, nunca li nada a respeito e não me interesso nenhum pouco pelo tema. Por isso, vou abster-me de comentar a importância desse livro nesse aspecto. Não sou a pessoa mais indicada para isso. Prefiro falar dos aspectos, digamos, mais literários (embora eu tampouco seja a pessoa mais indicada para a tarefa; mas, nesse âmbito, atrevo-me um pouco mais) .

Em termos literários, não vi nenhum valor em Cinquenta Tons de Cinza. O livro não acrescenta absolutamente nada nesse sentido. Ao lê-lo, tive a nítida impressão de que E. L. James escreveu o seu livro sem nenhum compromisso ou preocupação, sem pesquisas ou estudos. Parecia trabalho de amador, de tanto que a obra é vazia literariamente. Mais tarde, ao pesquisar sobre o origem do livro, soube que a autora tinha escrito algumas histórias para o site de fãs da saga Crepúsculo, em que os internautas criam a própria ficção com base nos personagens ou situações dessa trilogia. Os leitores desse site gostaram das histórias de James, uma editora se interessou por elas e as publicou. Tudo, então, estava explicado!! Vou, a seguir, entrar em detalhes a respeito do que não gostei na obra. E, por falar nisso, detalhe nesse livro é o que não falta.

A leitura é extremamente cansativa, por conta da preocupação excessiva da autora em descrever minúcias desnecessárias de tudo. Ela chega ao absurdo de detalhar, por exemplo, a xícara em que foi servido o chá para a protagonista, sem que isso contribuísse com nada para trama. E o detalhamento excessivo não é só em relação aos objetos e lugares, mas  também em relação às reações dos personagens. Perdi as contas de quantas vezes aparecem no texto as expressões: engolir em seco, morder os lábios, enrubescer, corar, franzir a testa, arquejar, ficar boquiaberto e outras. Sem falar das constantes intervenções de humor infantil do inconsciente e da tal "deusa interior" da protagonista. Muito chato! Nem a descrição das cenas de sexo me impressionou - as metáforas, por exemplo, são bem fraquinhas - e, como essas cenas ocorriam a toda hora, o texto ficou muito repetitivo. Ou seja, muita enrolação. O livro tem quase 500 páginas, mas poderia ter muito bem 50. Opa! Tá aí! Isso até ajudaria no Marketing!

Por conta de toda essa enrolação, logo no primeiro capítulo descobri a razão do título da obra. A narrativa é tão enfadonha que as vistas rapidamente se cansam; as palavras, então, começam a se embaralhar e a se desvanecer. Aos poucos, a tinta preta das letras se transfere para o fundo branco do papel, que passa a escurecer lentamente por conta da pigmentação cinza que se desprende dos sinais gráficos. As letras e o papel vão se aproximando um do outro, em termos de tonalidade, até ficarem iguais e, assim, transformarem-se numa só massa cinzenta e sonolenta. Não parei para contar quantos tons de cinza surgiram ao longo desse processo de transferência, mas não duvidaria se a conta desse os tais 50. Só não desisti da leitura porque não gosto de deixar nada pela metade; além disso, já tinha dito para algumas pessoas que iria comentá-lo aqui no blog. Então, fui até ao fim.

Enfim, O Cinquenta Tons de Cinza não teve nenhum apelo para mim, nem mesmo serviu como diversão. Não sei o que viram nesse livro, talvez um pouco de futilidade para matar o tempo; assim como veem, às vezes, nos filmes românticos água com açúcar. Se eu vou ler a continuação, o tal Cinquenta tons mais escuros?  Se no primeiro a coisa já ficou preta para mim, imagina com tons mais escuros! Não sou tão curioso e obstinado assim.

A gente se vê na próxima!


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

MINHAS TARDES COM MARGUERITTE


Se estiver a fim de assistir a um filme leve, engraçado, descomprometido e cativante, indico "Minhas Tardes com Margueritte." Essa comédia francesa aborda, principalmente, a amizade. Uma amizade diferente, improvável, entre duas pessoas praticamente opostas. De um lado, uma senhora de 90 anos, inteligente, culta, esperta; do outro, um sujeito com aproximadamente cinquenta anos, bronco, iletrado, nada inteligente e muito inocente. Entre os dois nasce um sentimento puro e singelo.

Germain (Gérad Depardieu), o tal sujeito bronco, costuma passar horas sozinho na praça da cidade, lá ele conhece Margueritte (Gisèle Casadesus), a tal velhinha culta, e passam a se encontrar todas as tardes no local para conversarem. Nos encontros conversam sobre diversos assuntos, entre esses literatura. É quando Margueritte introduz Germain no universo das letras. Sua relação com os livros é meio conturbada, mas ele consegue tirar da leitura lições importantes para sua vida.

O que me agradou no filme foi sua visão otimista da vida, apesar das agruras pessoais dos dois protagonistas. O diretor tem o mérito de expor esses sofrimentos sem recorrer a excesso de sentimentalismo para comover o público; ao contrário,  trata a questão com leveza, bom-humor e naturalidade. E drama é o que não falta para ser explorado. Germain sofreu muito desde criança: não conheceu o pai, sempre foi maltratado pela mãe e era perseguido por professores e colegas. Como se fosse pouco, ainda lhe faltam inteligência e beleza física; porém, ainda assim, tem amigos, namora uma mulher bem mais jovem e bonita, tem emprego, vive de maneira simples, mas, bem. Margueritte, por sua vez, mora  na solidão de um asilo e praticamente não recebe visitas da família, mas nem por isso fica lamentando sua vida; tem sempre uma fala alegre e doce. Desse modo, os dois despertam em nós mais simpatia do que piedade.

Minhas Tardes com Margueritte fala, com simplicidade e sutileza, de compaixão, amor incondicional e otimismo. Ótima opção para aqueles momentos em que queremos ver apenas um bom e belo filme, sem muitas pretensões.


Ficha técnica e trailler

Diretor: Jean Becker
Elenco: Gérard Depardieu, Gisèle Casadesus, Maurane, Patrick Bouchitey, Jean-François Stévenin, François-Xavier Demaison, Claire Maurier, Sophie Guillemin
Produção: Louis Becker
Roteiro: Jean Becker, Jean-Loup Dabadie
Ano: 2010
País: França
Gênero: Comédia/Drama






segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O ALQUIMISTA - PAULO COELHO


Se, por um lado, Paulo Coelho sempre foi alvo de críticas pesadas por parte dos especialistas; por outro,  foi sucesso de vendas em todas as suas produções literárias. Essas posições contrárias despertavam a minha curiosidade para saber qual desses dois lados tinha razão. Como entendo ser injusto criticar sem conhecer, resolvi ler algo desse escritor. Vai que eu goste!! Afinal ele é um dos escritores brasileiros mais lidos no mundo, já vendeu milhões de exemplares de suas obras; não é possível que não exista nada que se aproveite nos seus livros! Escolhi, então, O Alquimista.

Não é que me surpreendi!! O Alquimista é pior, muito pior, do que eu pensava. Aff!! Como não conhecia os trabalhos literários do Paulo Coelho, imaginava que a implicância da crítica com esse escritor girava em torno do conteúdo com teor espiritualista, místico, com doses de auto-ajuda, de seus livros. Mas não é só isso, pelo menos, não em O Alquimista. Literariamente falando, a obra é ruim em tudo mesmo. A história é batida e previsível, o texto é primário e repetitivo, cheio de frases de efeito rasas, clichês e lugares-comuns, dignos de constar no roteiro dos horrorosos filmes da Xuxa. A narrativa é preguiçosa e mal articulada. Não gostei de nada mesmo.

Como se não bastassem esses problemas, o livro apresenta ainda diversos e graves erros de gramática. Por exemplo: redundância (há anos atrás...), emprego de plural no verbo haver com sentido de existir (haviam certas ovelhas...), e outros mais. E não se trata de erros isolados que passaram despercebidos na revisão, afinal eles aparecem várias vezes em todo o texto. Sei que o Português é difícil e capcioso, mas falhas básicas como essas são inadmissíveis para um escritor, ainda mais para quem é membro da Academia Brasileira de Letras. (Sim, para quem não sabia, Paulo Coelho ocupa uma cadeira na ABL desde 2002, a mesma Instituição que acolheu como membros: Rui Barbosa, Machado de Assis e Guimarães Rosa. É de chorar!!).

Depois dessas colocações, vamos, então, para a história. O Alquimista conta a saga de um pastor de ovelhas que deixa sua terra, a Espanha, e sai à procura de um tesouro escondido na região das pirâmides do Egito. No caminho ele descobre que tem uma lenda pessoal e, além de procurar o tesouro, precisa vivê-la. Nessa busca, conhece algumas pessoas, entre elas um alquimista, que irão ajudá-lo a alcançar o seu objetivo. Bem, é isso. Como eu disse, batida e previsível. A trama me lembra muito uma peça de teatro. Uma que meus dois irmãos mais novos, à época com 14 e 12 anos, escreveram e encenaram, juntamente com amiguinhos da mesma idade, no quintal da casa onde morávamos.

Enfim, na minha humilde avaliação, nada em O Alquimista se salva. Não consigo entender como foram vendidas 65 milhões de cópias desse livro, sendo a obra traduzida para 73 línguas. Paulo Coelho já garantiu que, como mago, é capaz de fazer chover, e eu começo a acreditar. Pois, para quem consegue a proeza de vender tantos exemplares desse livro, em vários países, produzir chuva é moleza. Só pode ser obra de algum tipo de magia!

Existem, pelo menos, dois casos misteriosos de sucesso que me intrigam: Amado Batista e Latino. Não consigo encontrar explicação para o sucesso de público desses artistas. Agora, juntou-se a esses dois o do Paulo Coelho. Esses três tinham tudo para dar errado e deram certo. E recuso-me a aceitar que o êxito comercial desses casos se deve apenas ao Marketing e à curiosidadeHá algum fenômeno oculto. No caso do Paulo Coelho, pode-se alegar que ele é mago. Ok! E os outros dois? Humm...A não ser que... O Paulo Coelho também seja o Amado Batista e o Latino. Isso! Os três são a mesma pessoa, o mesmo mago, o Mestre dos Magos, que, segundo dizem, também é o Vingador! É...Caverna do Dragão marcou a minha infância, estou curioso para ver o último episódio. Mas...Do que eu falava mesmo...? Ah, não importa mais!

Até a próxima!!


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

CARAVAGGIO


A pintura sempre me pareceu interessante, mas nunca me chamou atenção ao ponto de me incitar a buscar mais informações sobre o assunto. Até que tive a oportunidade de ver pessoalmente quadros de alguns grandes gênios (Leornardo da Vinci, Michelangelo, Goya, Monet, Renoir) e pude entender um pouco a dimensão da beleza e da importância dessa arte. Quando podemos apreciar essas obras em seu tamanho e cores originais, a sensação é outra: percebemos a precisão e a riqueza dos detalhes, bem como sentimos a emoção que as imagens transmitem. Depois dessa experiência, passei a me interessar mais pela pintura e procurei adquirir mais conhecimento sobre esse tipo de manifestação artística.

Essa introdução foi para falar do tema de hoje: a exposição de Caravaggio. Até domingo, dia 14/12/2012, no Palácio do Planalto, seis obras desse genial artista italiano estarão expostas para a nossa apreciação. A mostra é pequena em número de quadros, mas grande em importância. Para se ter uma ideia, essa é a maior mostra do artista já realizada na América do Sul, e as obras Medusa Murtola e Retrato de Cardeal são exibidas pela primeira vez fora da Itália. Além dessas particularidades, temos ainda a grandeza artística de Caravaggio. Ou seja, motivos não faltam para comparecer ao local e conferir a exposição. Estive lá na terça.

E qual é a minha impressão sobre esse pintor? Bem, ficou evidente para mim, nas suas obras, que Caravaggio dominava com mãos hábeis a técnica do claro-escuro, com pinceladas rápidas e leves na parte clara, mas lentas e firmes na parte escura. Recurso que ressaltava todo o vigor e dramaticidade dos temas, revelando a personalidade forte, polêmica e contraditória do artista.

Que tal a análise? Consegui impressionar? Pois essa minha opinião nada mais é que um apanhado de informações colhidas do folder recebido na mostra e daquelas plaquinhas posicionadas ao lado dos quadros. O máximo que eu conseguiria elaborar com meu conhecimento técnico sobre pintura e sobre esse grande artista italiano seria: Uau!! Mas ainda bem que essa arte não é só para quem tem conhecimento técnico, podemos analisá-la com a emoção. E, emocionalmente falando, as obras são belíssimas e transmitem fortes sentimentos. A minha preferida foi a tela São Jerônimo que escreve: tensa e angustiante.(figura abaixo)

Então, o fato de não entender nada do pintor ou da sua arte não é motivo para não ir à exposição. Pois, mesmo não entendendo nada (meu caso, por exemplo),  você pode se encantar com a beleza das obras e se emocionar com a mensagem que elas comunicam.

Confiram!!


São Jerônimo que escreve


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

THE SMITHS


Fiquei empolgado com a última postagem e decidi falar novamente de outra excelente banda inglesa de rock. Dessa vez, uma um pouco mais antiga, que teve vida bem curta: surgiu e acabou na década de 80. Refiro-me aos The Smiths.

Em 1982, os músicos Morrissey, Johnny Marr, Andy Rourke e Mike Joyce deram início, em Manchester, Inglaterra, aos The Smiths, banda que, apesar de durar apenas cinco anos e gravar somente quatro álbuns de estúdio (The Smiths, Meat is Murder, The Queen is Dead e Strangeway, Here We Come), marcou o rock mundial dos anos 80, sendo apontada como a mais influente do cenário alternativo da década. Inclusive influenciou e influencia diversas bandas contemporâneas, por exemplo: Oasis e Belle and Sebastian.

Se, por um lado, os The Smiths não experimentaram estrondoso sucesso mundial, não bateram record de venda de discos, nem foram agraciados com prêmios renomados; por outro, receberam elogios da crítica e conquistaram admiradores fiéis ao redor do planeta, com o seu som melodioso, contagiante e agradável, letras elaboradas e a inconfundível voz, doce e anasalada, de Morrissey.

Geralmente associam essa banda a letras tristes, duras, melancólicas e, às vezes, até depressivas. E essas pessoas não estão enganadas; de fato, essas características estão bem presentes em suas músicas. Entretanto seu repertório não se resume a isso. Também podemos encontrar letras de incentivo, animadas, divertidas e bem-humoradas; algumas vezes, um humor ácido; outras vezes, brando. E elas falam de diversos assuntos: das angústias do homem comum, da juventude, de política, da sociedade, e por aí vai.

As melhores músicas deles na minha opinião são: There is a light that never goes out, Ask, The boy with the  thorn in his side, Still ill, Bigmouth strikes again, Please, please, please, let me get what I want, William, It was really nothing, This charming man, Heaven knows I'm miserable now. 

Abaixo vídeo de algumas dessas músicas.

There is a light that never goes out


The boy with the thorn in his side


Bigmouth strikes again


Still ill


Please, please, please, let me get what I want



  







quarta-feira, 3 de outubro de 2012

RADIOHEAD


Faz tempo que não falo de música aqui no blog, pois então vamos falar desse assunto hoje. Resolvi compartilhar, nesta postagem, minha impressão sobre a excelente banda inglesa Radiohead, grupo formado no fim da década de 1980 na cidade de Abingdon, Oxfordshire, que entrou no cenário musical da década de noventa, sendo composta pelos integrantes Thom Yorke, Jonny Greenwood, Ed O'brien, Colin Greenwood e Phil Selway. Seus álbuns de estúdio são Pablo Honey, The Bends, Ok Computer, Kid A, Amnesiac, Hail to the Thief, In Rainbows, The King of Limbs.

O primeiro sucesso da banda foi a música Creep que faz parte do primeiro disco, Pablo Honey, lançado em 1993. Depois desse disco, a popularidade do Radiohead só aumentou a cada lançamento, até alcançar fama internacional com o álbum Ok Computer; fama que foi consolidada pelos álbuns seguintes. Sucesso de público e crítica, o Radiohead já vendeu mais de 30 milhões de discos em todo mundo e recebeu diversos prêmios; entre esses, três vezes o Grammy de melhor álbum de rock alternativo.

Considero Radiohead a melhor banda contemporânea de rock e uma das melhores da história. Graças a letras, melodias e arranjos muito bem elaborados. Para mim, seu grande diferencial, sua grande marca, são os arranjos, extremamente bem ajustados com as músicas e as letras. Essa combinação tem o efeito de nos conectar imediatamente às canções.

Porém não é só a qualidade musical que credencia o Radiohead a entrar para a história do rock. Outras grandes virtudes são sua coragem, ousadia e competência. Coragem e ousadia de se reinventar e mudar o seu estilo, arriscando introduzir elementos de outros ritmos musicais como eletrônica e jazz. E competência para fazer essa introdução com muita qualidade sem comprometer a essência da banda. E a ousadia não se restringe ao plano musical, mas alcança o mercadológico também. Uma prova disso foi a forma de divulgação e venda do álbum In Rainbows, oportunidade em que eles lançaram as músicas na internet para download, e os interessados pagavam o valor que achavam que cada música valia. Grande sacada, que serviu ainda para turbinar a venda dos exemplares físicos desse álbum.

Dos todos os discos de estúdio citados, só não tenho os dois últimos (In Rainbows e The King of Limbs). Pablo Honey não tem nada de especial, não chega a ser ruim, mas também não impressiona. É um disco de rock básico como muitos, mesmo a música Creep é apenas legalzinha. Parecia que seria mais uma boa banda inglesa de rock. Entretanto, já no The Bends, o Radiohead mostra que veio para marcar o rock mundial. O disco é muito bom; Black Star, High and Dry, Fake Plastic Trees, (Nice Dream) são excelentes.

Depois veio Ok Computer. Se parasse nesse disco, Radiohead já poderia figurar entre as maiores Bandas de Rock dos últimos anos. Esse é um dos melhores álbuns que já ouvi: músicas, letras e arranjos muito marcantes. Todas as músicas de Ok computer são muito boas, mas destaco: Air Bag, Paranoid Android, Let Down, Karma Police e No Surprises. Fantásticas!

Em Kid A e Amnesiac, eles mudam o estilo do seu som, experimentam bastante e introduzem elementos da música eletrônica e jazz. Com exceção de uma ou outra música, particularmente eu não gostei do resultado, mas não dá para dizer que os discos sejam ruins; não há comprometimento da qualidade musical. Tanto é assim que esse dois álbuns foram os que mais fizeram sucesso. Porém não me identifiquei com o novo estilo adotado.

No último que conheço,  Hail to the Thief, eles mantém certas características de Kid A e Amnesiac e retomam um pouco o som de The Bends e Ok Computer. Esse mistura me agradou, apesar de não ser um álbum, em vista dos outros, tão marcante.

Ainda quero comprar os dois últimos e conferir o trabalho deles. Estou quase certo que não vou me decepcionar.

Confiram!!

Segue a seleção de vídeos de algumas músicas de minha preferência.

Black Star



High and Dry

No Surprises


Karma Police


Let Down


You and Whose Army




segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ELOGIO DA MADRASTA


Antes de mais nada, gostaria de pedir desculpas pelos erros de digitação e concordância da última postagem, que passaram despercebidos por falta de uma revisão mais cuidadosa. Serei mais atento nesta e nas próximas. Ah! Os erros foram devidamente corrigidos. Se ainda encontrar outros mais, é mesmo por puro desconhecimento mais profundo de Português desse blogueiro.  Vamos então para o assunto desta postagem.

Pois é, viajei a trabalho de novo e...! Como vocês sabem... li mais um livro. Autor? Chico Buarque? Não, não dessa vez. Nessa viagem, escolhi um do prestigiado, premiado (inclusive com Nobel) e conceituado escritor peruano, Mario Vargas Llosa: Elogio da Madrasta. Nesse livro, Llosa pega um tema meio desgastado - relação complicada entre enteado e madrasta - e o transforma numa história diferente, surpreendente e ousada.

Lucrécia, uma bela e atraente mulher, no início dos seus quarenta anos, vive em plena harmonia com Rigoberto, com quem se casou recentemente, mas teme encontrar dificuldades de relacionamento com Alfonso, filho de seu marido. Para a surpresa de Lucrécia, o menino não demonstra rejeitá-la, pelo contrário, nutre por ela um grande carinho. O afeto é tanto que a madrasta começa a desconfiar que o sentimento de Alfonso não é tão puro quanto parece e traz escondido em si uma grande atração física por ela. E...Paro por aqui. Não vou contar o que acontece. Só sei que entramos na trama e compartilhamos das dúvidas de Lucrécia. Inclusive o fato do autor esconder a idade do menino nos deixa ainda mais confusos em relação às suas reais intenções.

Devo adiantar que Elogio da Madrasta figura na categoria de novela erótica e, como tal, contém descrição, com riqueza de detalhes, das relações íntimas do casal. Mas não se preocupem (ou se preocupem, sei lá o gosto de cada um), nessa obra você não vai encontrar baixaria, vulgaridade ou grosseria. Tudo é descrito com muita elegância, delicadeza e refinamento. E Llosa não fica apenas nesse tema; ele descreve detalhadamente também momentos de higiene pessoal, abordando inclusive, em suas palavras, atos de purificação intestinal, mas o faz com tanto humor e sofisticação que provoca mais riso do que asco.

Outro aspecto interessante e inovador é a forma como a obra foi organizada. Depois de cada capítulo, o escritor interrompe a história usando contos históricos, mitológicos e religiosos, que, de alguma maneira, estão relacionados com a trama e com os seus personagens. Com esse recurso, o livro ganhou frescor, beleza e sofisticação.

Muito, muito bom!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O SEGREDO DOS SEUS OLHOS


Vou me ocupar hoje de mais um bom filme argentino: O Segredo dos Seus Olhos. Hoje não vou oferecer nenhum prêmio, mas quem se arrisca a dizer o nome do ator que protagonizou, mais uma vez de forma brilhante, esse filme? Sim, ele mesmo: Ricardo Darín. É, realmente ele está em todas na Argentina, mas não é à toa, o cara é espetacular. Já vi cinco filmes em que ele atua (sendo esse o terceiro que comento aqui), e em todos ele dá show de atuação. Ele dá vida própria para cada personagem; os personagens não se confundem. É impressionante!

Nesse drama policial, Roberto Darín é Benjamin, investigador aposentado que resolveu escrever um livro sobre a investigação do estupro seguido de morte que marcou sua carreira. No passado, para esclarecer esse crime, Benjamin contou com a ajuda de Irene ( Soledad Vilamil), sua chefe imediata, por quem se apaixonou, e de Pablo Sandoval ( Guillermo Francella), seu parceiro e amigo. Mas a dedicação da equipe a esse caso cobrou um alto preço, trazendo grave consequências para a vida dos envolvidos.

Cabe adiantar que, apesar de ser figurar no gênero policial, O Segredo dos Seus Olhos não apresenta cenas de ação eletrizantes, tais como troca de tiros, carros em perseguição, brigas; ou seja, você não verá nada do que costumamos encontrar nos filmes hollywoodianos desse gênero. Para não dizer que não há nada nesse sentido, até temos uma cena de perseguição, mas a pé mesmo, e outras duas de assassinato, mas são rápidas e pouco explícitas. Entretanto isso não quer dizer que esse filme seja morno, sem graça; pelo contrário, é dinâmico e envolvente.

Isso porque foi muito bem conduzido pelo diretor Juan José Campanella, que abordou com muita sensibilidade e delicadeza um caso tão forte. Mesmo a mistura de cenas do presente e do passado (condenada por muitos especialistas) achei que funcionaram bem no filme. Além desse ponto positivo, o diretor executou de forma competente o jogo de esconde e revela, que segura nossa atenção e cria bastante expectativa para as próximas cenas. E o final foi diferente, surpreendente e impactante.

Apesar de muito bom, O Segredo dos Seus Olhos apresenta alguns defeitos, principalmente no roteiro, escrito pelo próprio diretor. A história de amor entre Benjamin e Irene é injustificadamente enrolada, e o desfecho dado para essa relação ficou meio piegas. Outro problema de roteiro aconteceu no final. Achei que nesse parte do filme Benjamin entendeu a situação rápido demais, a despeito de toda a sagacidade que ele demonstra no decorrer da trama. Prefiro não entrar em detalhes para não revelar aspectos que possam entregar a surpresa.  Por fim, o diretor falha ao colocar muito peso em acontecimentos banais e se valer de clichês num momento importante do filme: a sequência de cenas que vai da espera até a realização do crucial interrogatório de um suspeito. Ele poderia ter dado solução mais criativa e menos preguiçosa para essa sequência (serei vago mais uma vez para não antecipar nenhuma emoção).

Mesmo com essas falhas, o balanço final teve saldo bem positivo; de maneira que vale a pena ver o filme. Seu Oscar de melhor filme estrangeiro de 2010 não foi por acaso.


Trailler


terça-feira, 25 de setembro de 2012

MEU IRMÃO É FILHO ÚNICO



Por conta da contradição existente no título da postagem, se eu adiantar que se refere a um filme, pode parecer uma daquelas piadas juvenis infames para fazer graça com nomes de filme, no mesmo estilo de A volta dos que não foram, Tranças de um careca. Ou pode parecer ainda o nome de alguma comédia pastelão, digna de constar na programação de domingo à tarde da globo. Entretanto, Meu Irmão é Filho Único está muito longe dessas situações descritas. Essa produção franco-italiana, apesar de ser classificada como comédia (para mim, a melhor classificação seria comédia dramática), não passa nem perto de ser pastelão e dificilmente será exibida na Globo ou qualquer emissora aberta, porque não parece ser o tipo de filme que atrai o grande público; o que é uma pena. 

O enredo gira em torno, principalmente, da relação entre dois irmãos, nas suas diferenças e nas suas semelhanças, mais nas primeiras do que nas segundas. Manrico, o mais velho, é bonito, sedutor e carismático; já não se pode dizer o mesmo de Accio, apesar de ele não ser propriamente feio. E as diferenças não param por aí, elas também têm lugar no plano político-ideológico. Por essas informações, não é difícil deduzir que esses dois vivem em conflito. E as semelhanças? É melhor você assistir para descobrir. 

Classifico esse filme como comédia dramática, porque essas duas facetas estão bem presentes na trama, quase na mesma intensidade. A parte cômica proporciona boas risadas, principalmente com as situações vividas pelo protagonista no seio de sua família. A parte dramática igualmente tem muita força, por conta da relação tão distante e tão próxima entre os irmãos, inserida no conturbado ambiente político na Itália nas décadas de 60 e 70, época em que a história se passa. 

As virtudes desse filme são muitas. O ritmo é muito bom, no tom certo para o cada momento. O começo é bem acelerado, depois o filme fica um pouco mais cadenciado; no entanto não perde o dinamismo. O diretor é muito competente, foge das soluções previsíveis e consegue nos surpreender positivamente, sem perfumaria ou pirotecnia. Ele também é habilidoso em nos manter presos à trama, deixando dúvidas que despertam a nossa curiosidade para como será a sequência dos acontecimentos. E a atuação de Accio (Elio Germano) está muito boa. Os demais protagonistas não se destacam tanto, em termos de interpretação, mas também não comprometem.

É um filme engraçado, vivo, bonito, tocante. Indico!!

Trailer e ficha técnica logo abaixo.



Diretor: Daniele Luchetti
Elenco: Elio Germano, Riccardo Scamarcio, Angela Finocchiaro, Massimo Popolizio, Alba Rohrwacher, Luca Zingaretti.
Produção: Marco Chimenz, Giovanni Stabilini, Riccardo Tozzi
Roteiro: Daniele Luchetti, Sandro Petraglia, Stefano Rulli
Ano: 2007
País: Itália/ França
Gênero: Comédia

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

CABE NA MALA


Já que sexta-feira pede postagens leves, o blog está numa semana literária e postei sobre um site voltado à leitura infantil ontem, vamos aproveitar o clima e privilegiar os pequenos hoje de novo. Para isso, resolvi comentar um livro infantil, livro mesmo, físico, de papel (para não dizerem que não valorizo o tradicional). A minha indicação é a obra: Cabe na Mala, de Ana Maria Machado, da coleção Mico Maneco.

Escolhi esse livro não só porque rapidamente se tornou um dos preferidos do meu filho, mas por ser realmente muito bom; ele se destaca, em termos de qualidade, entre os demais que o meu filho tem. E qual é o seu diferencial? Ele consegue unir o jogo de sílabas e letras de mesmo fonema com uma história divertida e coerente. Esse jogo conferiu uma sonoridade bem agradável às frases, sem torná-las repetitivas ou enfadonhas. A trama é simples, fácil de acompanhar, porém, dentro dos padrões infantis, está longe de ser "bobinha."  O único ponto negativo que encontrei, nem assim tão grave, refere-se às ilustrações; elas poderiam reproduzir melhor o texto em alguns momentos.

Vale lembrar que a coleção Mico Maneco é voltada para crianças na fase de alfabetização, e Cabe na Mala encontra-se no nível um dessa coleção, sendo indicado, segundo a editora, para as crianças acima de cinco anos. Sabendo ler ou não (o meu não sabe), acredito que seu filho irá gostar desse livro. O meu gostou muito.