quinta-feira, 19 de julho de 2012

FORROZÃO BOM DA PESTE


Se ainda estivesse vivo, Luiz Gonzaga completaria este ano um centenário de vida. Como ainda estamos em clima de festas de São João, decidi compartilhar o que penso da obra do grande rei do baião ou poeta do sertão, qualquer um dos dois termos está bem empregado.

O exímio sanfoneiro compunha músicas com melodias contagiantes e letras simples, porém ricas e profundas, que retratavam o sofrimento e a alegria do sertão nordestino, a saudade da terra, o amor singelo. Nas suas composições, Luiz Gonzava sabia empregar com maestria tanto o humor como a melancolia. Minhas músicas preferidas são: Forró de Cabo a Rabo, Nem Se Despediu de Mim, Xamego (chamego, na grafia correta), Sanfoninha Choradeira, Riacho do Navio, Xote das Meninas, Que nem jiló, Sabiá, De Teresina a São Luís, Respeita Januário. Outras muito boas ficaram de fora. Se você tem alguma preferida, compartilhe com a gente no comentário.

O vídeo a seguir é cômico e interessante. O rei do baião relata, com bom humor, os momentos mais marcantes de sua vida: o início da carreira, o fato que motivou sua saída de casa, o reencontro com os pais. A sua narração aqui reflete, de certa maneira, as características de sua obra: simplicidade e eficiência. Ouça também a gravação original dessa música, em que ele faz uma narração muito engraçada de como seu tio o enxergou quando esse o reviu depois de muito tempo. O título da música é a menção ao velho Jacó, seu tio, mandando  Luiz Gonzaga respeitar o pai.  



Aproveitando o ensejo, apresento uma banda de forró mais contemporânea, a recifense Mestre Ambrósio. Muito boa! Quer dizer, não é especificamente de forró. Eles não tocam apenas esse ritmo; na verdade, é uma mistura, uma garrafada de ritmos, a maioria tradicional do nordeste, mais especificamente de Pernambuco, como o maracatu.  Essa banda, nas suas composições, combina instrumentos regionais e tradicionais, como a rabeca e o fole de oito baixos, com instrumentos mais modernos e universais como baixo elétrico, teclado, guitarra. E o resultado é muito bom.  As letras são bem elaboradas: muitas são poemas sobre a cultura regional, outras falam sobre a vida, e algumas ainda apresentam certa crítica política e social. Vale a pena conhecer.

A música do vídeo abaixo é a Fuá na Casa de Cabral: uma sátira do descobrimento do Brasil, uma pequena aula, adaptada e descontraída, de história, com uma dose da tal crítica política e social.



Nos vemos em breve!

2 comentários:

  1. tb muito bom e ver o trabalho do Siba e grupo Fuloresta.

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    1. Vou conferir o trabalho deles, Washington, e coloco aqui minha opinião. Se for algo próximo ao q ele fez no Mestre Ambrósio, deve ser mto bom. Valeu pela dica!

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