Se ainda estivesse vivo, Luiz Gonzaga completaria este ano um centenário de vida. Como ainda estamos em clima de festas de São João, decidi compartilhar o que penso da obra do grande rei do baião ou poeta do sertão, qualquer um dos dois termos está bem empregado.
O exímio sanfoneiro compunha músicas com melodias contagiantes e letras simples, porém ricas e profundas, que retratavam o sofrimento e a alegria do sertão nordestino, a saudade da terra, o amor singelo. Nas suas composições, Luiz Gonzava sabia empregar com maestria tanto o humor como a melancolia. Minhas músicas preferidas são: Forró de Cabo a Rabo, Nem Se Despediu de Mim, Xamego (chamego, na grafia correta), Sanfoninha Choradeira, Riacho do Navio, Xote das Meninas, Que nem jiló, Sabiá, De Teresina a São Luís, Respeita Januário. Outras muito boas ficaram de fora. Se você tem alguma preferida, compartilhe com a gente no comentário.
O vídeo a seguir é cômico e interessante. O rei do baião relata, com bom humor, os momentos mais marcantes de sua vida: o início da carreira, o fato que motivou sua saída de casa, o reencontro com os pais. A sua narração aqui reflete, de certa maneira, as características de sua obra: simplicidade e eficiência. Ouça também a gravação original dessa música, em que ele faz uma narração muito engraçada de como seu tio o enxergou quando esse o reviu depois de muito tempo. O título da música é a menção ao velho Jacó, seu tio, mandando Luiz Gonzaga respeitar o pai.
Aproveitando o ensejo, apresento uma banda de forró mais contemporânea, a recifense Mestre Ambrósio. Muito boa! Quer dizer, não é especificamente de forró. Eles não tocam apenas esse ritmo; na verdade, é uma mistura, uma garrafada de ritmos, a maioria tradicional do nordeste, mais especificamente de Pernambuco, como o maracatu. Essa banda, nas suas composições, combina instrumentos regionais e tradicionais, como a rabeca e o fole de oito baixos, com instrumentos mais modernos e universais como baixo elétrico, teclado, guitarra. E o resultado é muito bom. As letras são bem elaboradas: muitas são poemas sobre a cultura regional, outras falam sobre a vida, e algumas ainda apresentam certa crítica política e social. Vale a pena conhecer.
A música do vídeo abaixo é a Fuá na Casa de Cabral: uma sátira do descobrimento do Brasil, uma pequena aula, adaptada e descontraída, de história, com uma dose da tal crítica política e social.
Nos vemos em breve!
tb muito bom e ver o trabalho do Siba e grupo Fuloresta.
ResponderExcluirVou conferir o trabalho deles, Washington, e coloco aqui minha opinião. Se for algo próximo ao q ele fez no Mestre Ambrósio, deve ser mto bom. Valeu pela dica!
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