quarta-feira, 18 de julho de 2012

VAMOS AO QUE INTERESSA




Resolvi começar o trabalho propriamente dito por uma arte em que tenho grande interesse: o cinema. Se eu tivesse que escolher alguma carreira artística, provavelmente seria a de diretor de cinema. Mas, divagações à parte, vamos ao que interessa. O filme escolhido para esse pontapé inicial foi o belíssimo Um Conto Chinês, a que assisti recentemente. É uma singela comédia dramática argentina, de 2011, baseada numa história real, dirigida por Sebastián Borensztein e protagonizada por Ricardo Darín.

A película começa com uma cena bizarra: um casal chinês está num barco, quando uma vaca despenca do céu em cima da jovem, momentos antes de ser pedida em casamento por seu namorado. Não, não foi engano meu! É isso mesmo: cai um vaca do céu! Lembrei-me de Magnólia, mas aí já é outro filme. Então, como diria uma ex-chefe minha, voltando à vaca fria (com o perdão do trocadilho); depois do animal cair e matar a jovem, dá-se um corte, e já estamos em Buenos Aires, para conhecer o protagonista da trama. Passa-se muito tempo, e não é feita nenhuma menção ao episódio da vaca. Nos sentimos meio perdidos; porém, mais à frente, teremos a resposta. Cabe salientar que o vazio até a explicação dessa cena foi proposital, constituindo-se numa sacada muito interessante do diretor.

Bem, o protagonista é um argentino muito chato (para muitos, um pleonasmo; mas isso não vem ao caso), que tem uma vida monótona e solitária. Seu passatempo predileto é colecionar histórias insólitas recortadas de jornais. O cara, cujo nome é Roberto, é um solteirão ranzinza, mal-humorado, impaciente, metódico e, por vezes, agressivo, mas de bom coração. Agora, imagina um sujeito assim deparar, de repente, com um chinês, que não fala uma palavra em espanhol, perdido em plena Buenos Aires. Seu bom coração não o deixa abandonar o infeliz no meio da rua; então, Roberto resolve ajudar o estrangeiro. Ele faz de tudo para dar um destino ao “trambolho”, mas sem sucesso. O jeito é abrigar o chinês na sua casa, e é exatamente essa situação incômoda que vai dar novo sentido à vida de Roberto. As dificuldades de comunicação e as diferenças de cultura e de temperamento entre os dois personagens produzem situações ora engraçadas, ora comoventes.

Não vou entrar em detalhes sobre o desenrolar da trama, nem vou contar o final do filme, mas digo que vale a pena assistir. Vale a pena pelas atuações exuberantes dos protagonistas, pela história tocante e envolvente - muito bem conduzida pelo diretor-, pelas emoções provocadas pelo filme. Mas, acima de tudo isso, vale pela reflexão a que somos chamados: repensar nossas convicções, abrir-se para novas experiências, vencer o medo e aproveitar as oportunidades que se colocam diante de nós.
Acho que já posso acabar. Assista!

Até a próxima! 



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