quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A VIAGEM DO BALÃO VERMELHO


Hoje em cartaz: A viagem do balão vermelho

Hum...Bem...Por onde eu começo..? Vou ganhar algum tempo fornecendo as informações básicas e necessárias quando se apresenta um texto sobre qualquer filme: país de produção, gênero, diretor, atores, roteiristas. Vamos lá! País: França. Gênero: drama. Diretor: Hou Hsiao-Hsien. Elenco: Juliette Binoche, Simon Iteanu, Fang Song. Roteiristas: Hou Hsiao-Hsien e François Margolin.

Agora o resumo: Simon é um menino que é perseguido por um balão vermelho pela cidade de Paris. A mãe de Simon, por absoluta falta de tempo para cuidar dele, contrata uma babá chinesa. Essa babá, que é estudante de cinema, está produzindo um filme sobre um balão vermelho e apresenta a história ao menino. A Viagem do Balão Vermelho é um longa livremente baseado no curta-metragem intitulado O Balão Vermelho, de Albert Lamourisse, produzido em 1956.

Pois é...Então... Perceberam que estou enrolando, né? E estou mesmo. É complicado falar mal de um filme "cult", elogiado pela crítica e  público, conduzido por um diretor cultuado. Bem...Até ganhar coragem, vou enrolar mais um pouco contando como conheci essa produção francesa. Foi por meio da minha mulher, que viu uma postagem na comunidade do Orkut (sim, ele ainda está vivo) elogiando esse filme. Então, alugamos.

Na capa, líamos várias críticas positivas, inclusive com o termo: obra-prima. "Opa, parece que vem coisa boa por aí!!" Pensei. Colocamos no aparelho e "play". Bem...o filme é...como eu posso dizer..? Lá vou eu me expor a pedradas ou garrafadas..!! (sabia que um dia esse nome iria se voltar contra mim, mas, beleza!). Bem...O filme...!! Ah! Quer saber? Que se exploda, inclusive o tal balão! Como não devo nada a ninguém e não tenho medo de parecer imbecil, lá vai!! O termo mais apropriado que encontrei para definir o A viagem do balão vermelho é CHATO. Sim o filme é muito chato!

Depois de vê-lo, corri para ler críticas sobre ele. Não achei nenhuma negativa, só elogiosas: cativante, sensível, emocionante, belo, comovente e por aí vai. "Hã??!!! Esse pessoal só pode estar de brincadeira!! Ou, então, O problema sou eu. Só pode!" Foi minha reação ao ler tudo isso. "Talvez o meu erro foi ter visto o filme no domingo, depois do almoço.  "Pesquei" bastante e perdi alguma parte interessante da trama. Vai ver que foi isso." Continuei a pensar, buscando alguma explicação.

Essa explicação era bem razoável, porque isso já aconteceu comigo uma vez ao assistir a O fabuloso destino de Amélie Poulain. Vi esse filme com muito sono, perdi o encadeamento dos fatos e achei-o bem chato na hora, mas depois assiste a ele novamente e passou a ser um dos meu preferidos. Teria, então, que ver outra vez A viagem do balão vermelho para eliminar a possibilidade de o sono ter atrapalhado o entendimento da obra. Fui lá e aluguei-o de novo.

Fiz toda uma preparação especial para vê-lo dessa vez. Escolhi um dia em que estivesse bem desperto, atento, depois de uma noite bem dormida. Jantei uma comidinha bem leve, joguei água gelada no rosto, dei dois tapas em cada lado da face e coloquei o DVD no aparelho. Estava meio desconfiado, mas resoluto: "vamu que vamu!" Sem me esquecer, é claro, de deixar um pouco de água gelada por perto, por via das dúvidas.

Quatro horas depois (a duração é duas horas, mas para mim foi como se tivesse se passado o dobro), terminei o filme sem dar um cochilo sequer. Fiquei orgulho de mim mesmo. Daí tive certeza que o problema não foram os meus cochilos na primeira vez. O filme realmente é muito chato. A história é sobre nada, não acontece nada de interessante. É praticamente a reprodução de trechos comuns do cotidiano de uma família. Não senti nenhuma emoção. Não consegui extrair nenhuma lição, moral ou mensagem. Terminei o filme como comecei; ele não me acrescentou nada.

E não foi o ritmo devagar, quase parando, do filme que me incomodou. Já vi outros assim e gostei. Também não foram o estilo de filmagem meio descompromissado e a forma "despreocupada" de dirigir os atores que me desagradaram. Cito esses aspectos porque é um estilo diferente adotado pelo diretor. Ele não se preocupou muito com o enquadramento e o foco precisos das imagens. Às vezes, a câmera corria atrás dos personagem durante o diálogo: os personagens estavam aqui e o enquadramento, ali. Outras vezes, era o foco que ia se ajustando aos poucos.  E quanto à atuação dos atores, havia a impressão de que eles estavam realmente vivendo sua vida real; aparentava que falavam de improviso, de tão livres e descomprometidos com algum roteiro que eles pareciam estar. Claro que tudo isso por opção, porque, segundo a crítica especializada, Hou é um diretor bem habilidoso.

Não, não foram esses fatores citados no parágrafo anterior que pesaram negativamete para mim! Não vejo problema no cinema mais simples, enxuto, "despreocupado"; contanto que tenha uma história interessante. E foi exatamente isso que me incomodou.  A trama de A viagem do balão vermelho não é interessante, não surpreende, não traz uma elemento novo, não envolve, muito menos cativa. Talvez eu precise de mais sensibilidade ou de conhecimento técnico para enxergar essa beleza toda que tanto falam, porque as únicas belezas que vi foram Paris e o idioma francês.

Enfim, recomendo...recomendo a quem sofre de insônia (pode ser um bom sonífero). De qualquer maneira, vejam A viagem do balão vermelho (alerto para não fazer isso depois de uma feijoada, buchada, prato de mocotó ou qualquer outra comida pesada) e compartilhem aqui sua opinião. Contem o que sentiram. Porque, para mim, a falta de emoção foi tanta, que, para sentir alguma, me deu vontade de ouvir a música O nosso lindo balão azul; essa, sim, contagiante, envolvente, cativante...


Segue o trailer do filme.



5 comentários:

  1. putz, nem me fale, fiquei muito intrigada com esse filme, ou melhor, comigo mesma, não é possível que eu não tenha captado nada de tão extraordinário de que tanto se falou...gosto de filmes que me acrescentem alguma coisa, que me façam refletir, ou simplesmente que provoquem alguma sensação momentânea, um nó na garganta, um riso espontâneo...e esse, definitivamente, não fez nada disso...como diz lá na minha terra, chato que só...Mas me ocorreu agora que o título foi uma grande sacada, pq o filme realmente é uma "viagem"...

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Ou, então, é preciso mta viagem para entender a mensagem do filme.

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  2. Ri demais com seu comnetário, meus colegas de trabalho me perguntaram o que estava lendo.É triste assistir um filme chato, principalmente depois do almoço.

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    1. Nem me fale!! E pior ainda quando se está cheio de expectativas.

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