terça-feira, 25 de setembro de 2012

MEU IRMÃO É FILHO ÚNICO



Por conta da contradição existente no título da postagem, se eu adiantar que se refere a um filme, pode parecer uma daquelas piadas juvenis infames para fazer graça com nomes de filme, no mesmo estilo de A volta dos que não foram, Tranças de um careca. Ou pode parecer ainda o nome de alguma comédia pastelão, digna de constar na programação de domingo à tarde da globo. Entretanto, Meu Irmão é Filho Único está muito longe dessas situações descritas. Essa produção franco-italiana, apesar de ser classificada como comédia (para mim, a melhor classificação seria comédia dramática), não passa nem perto de ser pastelão e dificilmente será exibida na Globo ou qualquer emissora aberta, porque não parece ser o tipo de filme que atrai o grande público; o que é uma pena. 

O enredo gira em torno, principalmente, da relação entre dois irmãos, nas suas diferenças e nas suas semelhanças, mais nas primeiras do que nas segundas. Manrico, o mais velho, é bonito, sedutor e carismático; já não se pode dizer o mesmo de Accio, apesar de ele não ser propriamente feio. E as diferenças não param por aí, elas também têm lugar no plano político-ideológico. Por essas informações, não é difícil deduzir que esses dois vivem em conflito. E as semelhanças? É melhor você assistir para descobrir. 

Classifico esse filme como comédia dramática, porque essas duas facetas estão bem presentes na trama, quase na mesma intensidade. A parte cômica proporciona boas risadas, principalmente com as situações vividas pelo protagonista no seio de sua família. A parte dramática igualmente tem muita força, por conta da relação tão distante e tão próxima entre os irmãos, inserida no conturbado ambiente político na Itália nas décadas de 60 e 70, época em que a história se passa. 

As virtudes desse filme são muitas. O ritmo é muito bom, no tom certo para o cada momento. O começo é bem acelerado, depois o filme fica um pouco mais cadenciado; no entanto não perde o dinamismo. O diretor é muito competente, foge das soluções previsíveis e consegue nos surpreender positivamente, sem perfumaria ou pirotecnia. Ele também é habilidoso em nos manter presos à trama, deixando dúvidas que despertam a nossa curiosidade para como será a sequência dos acontecimentos. E a atuação de Accio (Elio Germano) está muito boa. Os demais protagonistas não se destacam tanto, em termos de interpretação, mas também não comprometem.

É um filme engraçado, vivo, bonito, tocante. Indico!!

Trailer e ficha técnica logo abaixo.



Diretor: Daniele Luchetti
Elenco: Elio Germano, Riccardo Scamarcio, Angela Finocchiaro, Massimo Popolizio, Alba Rohrwacher, Luca Zingaretti.
Produção: Marco Chimenz, Giovanni Stabilini, Riccardo Tozzi
Roteiro: Daniele Luchetti, Sandro Petraglia, Stefano Rulli
Ano: 2007
País: Itália/ França
Gênero: Comédia

Um comentário:

  1. sou suspeita pra falar porque adoro filmes italianos rsrsr Mas gostei muito desse, achei o ritmo ótimo, como vc destacou, uma sensibilidade extrema e a atuação do Elio Germano maravilhosa!! Fiquei pensando muito tempo no filme depois, revivendo os momentos, o que mostra que o filme realmente mexeu comigo...vale a pena!

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