quarta-feira, 31 de outubro de 2012

THOMAS FERSEN


Para quem curte música francesa, apresento o cantor, músico e compositor francês: Thomas Fersen. Se bem que ele não é do tipo que só faz músicas tipicamente francesas, aquelas baladas com melodias e arranjos bem característicos. Até reconhecemos em seu repertório algumas assim, mas ele vai muito além desse gênero. Devido à sua diversidade,  é até difícil encaixá-lo num único estilo musical. Como bem colocou o texto do Wikipédia, seu estilo pode ser rock, pop rock, folk, jazz e blues. A classificação varia de um álbum para outro ou, até mesmo, de uma música para outra dentro do mesmo álbum.

Percebe-se, então, que Fersen é um artista versátil e criativo. Basta ouvir um disco para notarmos que ele inventa, arrisca e cria bastante. Sua coragem, versatilidade e criatividade se refletem também nos arranjos. O músico combina, com êxito, vários tipos de instrumentos em suas músicas, tais como: banjo, trompete, trombone, harpa, acordeão, contrabaixo, guitarra.

Juntem-se, então, a esses belos arranjos letras irreverentes, bem-humoradas e repletas de trocadilhos e rimas bem empregados. O resultado são canções contagiantes, descontraídas e engraçadas. Não posso me esquecer de juntar aos elementos anteriores a agradável voz grave e ligeiramente rouca de Fersen. Portanto, motivos não faltam para você conferir o trabalho desse artista.

Sugiro ouvir atentamente, pelo menos, os seguintes álbuns (ele produziu onze ao todo, mas só conheço esses três):  Le Bal des Oiseaux, Pièce Montée des Grands Jours, e Trois Petis Tours. Segue uma música de cada um desses discos. Além dessas aí abaixo, ouçam também: Juillet, Libertad, Le Chat Botté, Diane de Poitiers, Deux Pieds, Né Dans une Rose, La Malle, Chocolat.




Le Bal des Oiseaux (Le Bal des Oiseaux)


Croque (Pièce Montée des Grands Jours)



Les Mouches (Trois Petis Tours)



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

HOMENS E DEUSES


Fim de semana chegando, venho, então, sugerir um filme. Mais uma vez a sugestão recai sobre um longa francês, assim como ocorreu na sexta-feira passada. O de hoje é o drama, Homens e Deuses. Em relação à história, vou reproduzir aqui o resumo que retirei do site Cineclick (preguiça de pensar mesmo): "Um grupo de monges franceses convive em perfeita harmonia com a população muçulmana até esta relação sofrer interferência de fundamentalistas, que massacram trabalhadores e espalham o medo." O episódio relatado no filme é real e se passou durante a guerra civil ocorrida em 1996, na Argélia.

Mesmo que você já conheça esse episódio e saiba, inclusive, qual é o seu desfecho, não significa que o filme vá perder força dramática. Um dos fatores que alimenta o drama é o bom trabalho do diretor no sentido de revelar o lado humano dos personagens. Ele mostra, com simplicidade e sobriedade, parte da rotina dos monges, seus conflitos, suas alegrias e suas angústias para decidirem seu destino. A cena mais bonita, forte e tocante é quando, no momento da ceia, logo depois de tomarem a decisão fatal,  cada monge tem suas expressões captadas por uma tomada bem próxima da câmera, o que nos permite ver a emoção mais íntima de cada um deles. 

Devo alertar que o filme anda sem muita pressa; melhor dizendo, anda bem devagar mesmo. E, para piorar, os monges cantam a toda hora, o que pode provocar mais sono. Mas não deixe que esses fatores o desanimem, escolha o melhor momento e acompanhe com atenção a prova de fé e os momentos de fraqueza e força que marcaram a vida desses homens. Vale a pena.


Ficha técnica e trailler

Diretor: Xavier Beauvois
Elenco: Lambert Wilson, Michael Lonsdale, Olivier Rabourdin, Philippe Laudenbach, Jacques Herlin
Roteiro: Etienne Comar
Ano: 2010
País: França
Gênero: Drama


terça-feira, 23 de outubro de 2012

CINQUENTA TONS DE CINZA


Vencido mais uma vez pela minha curiosidade (quero ver até aonde essa minha curiosidade vai me levar), li o livro da moda: Cinquenta Tons de Cinza, da escritora inglesa E. L. James. Falam tanto desse livro que não aguentei e resolvi conferir o que ele trazia que despertava tanta discussão. O que eu achei? Bem...Sabe aqueles filmes românticos bem água com açúcar? Pois é, assim é o Cinquenta Tons de Cinza. Todos os elementos desse gênero de filme estão lá: trama de enredo fácil e previsível, personagens caricatos e superficiais, clichê aos montes, e, claro, uma história de amor bem fantasiosa. É possível resumir a história em duas linhas, sem muitos prejuízos para o entendimento: garota de 21 anos de idade, que se comporta como adolescente de 17, sem grana, desajeitada, simples, mas bonita, envolve-se com ricaço bonito, poderoso e misterioso.

A principal diferença do Cinquenta Tons de Cinza para esses filmes é que, além dos dois ingredientes acima, adicionou-se à fórmula boa dose de  pimenta. E não é qualquer pimenta, não! Nesse caso, ela veste fantasia de couro e empunha chicote, algema e mordaça. Pois é...O livro aborda o universo BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão e sadomasoquismo). Se a obra é fiel a esse mundo, não faço ideia, pois não sou adepto dessa prática, nunca li nada a respeito e não me interesso nenhum pouco pelo tema. Por isso, vou abster-me de comentar a importância desse livro nesse aspecto. Não sou a pessoa mais indicada para isso. Prefiro falar dos aspectos, digamos, mais literários (embora eu tampouco seja a pessoa mais indicada para a tarefa; mas, nesse âmbito, atrevo-me um pouco mais) .

Em termos literários, não vi nenhum valor em Cinquenta Tons de Cinza. O livro não acrescenta absolutamente nada nesse sentido. Ao lê-lo, tive a nítida impressão de que E. L. James escreveu o seu livro sem nenhum compromisso ou preocupação, sem pesquisas ou estudos. Parecia trabalho de amador, de tanto que a obra é vazia literariamente. Mais tarde, ao pesquisar sobre o origem do livro, soube que a autora tinha escrito algumas histórias para o site de fãs da saga Crepúsculo, em que os internautas criam a própria ficção com base nos personagens ou situações dessa trilogia. Os leitores desse site gostaram das histórias de James, uma editora se interessou por elas e as publicou. Tudo, então, estava explicado!! Vou, a seguir, entrar em detalhes a respeito do que não gostei na obra. E, por falar nisso, detalhe nesse livro é o que não falta.

A leitura é extremamente cansativa, por conta da preocupação excessiva da autora em descrever minúcias desnecessárias de tudo. Ela chega ao absurdo de detalhar, por exemplo, a xícara em que foi servido o chá para a protagonista, sem que isso contribuísse com nada para trama. E o detalhamento excessivo não é só em relação aos objetos e lugares, mas  também em relação às reações dos personagens. Perdi as contas de quantas vezes aparecem no texto as expressões: engolir em seco, morder os lábios, enrubescer, corar, franzir a testa, arquejar, ficar boquiaberto e outras. Sem falar das constantes intervenções de humor infantil do inconsciente e da tal "deusa interior" da protagonista. Muito chato! Nem a descrição das cenas de sexo me impressionou - as metáforas, por exemplo, são bem fraquinhas - e, como essas cenas ocorriam a toda hora, o texto ficou muito repetitivo. Ou seja, muita enrolação. O livro tem quase 500 páginas, mas poderia ter muito bem 50. Opa! Tá aí! Isso até ajudaria no Marketing!

Por conta de toda essa enrolação, logo no primeiro capítulo descobri a razão do título da obra. A narrativa é tão enfadonha que as vistas rapidamente se cansam; as palavras, então, começam a se embaralhar e a se desvanecer. Aos poucos, a tinta preta das letras se transfere para o fundo branco do papel, que passa a escurecer lentamente por conta da pigmentação cinza que se desprende dos sinais gráficos. As letras e o papel vão se aproximando um do outro, em termos de tonalidade, até ficarem iguais e, assim, transformarem-se numa só massa cinzenta e sonolenta. Não parei para contar quantos tons de cinza surgiram ao longo desse processo de transferência, mas não duvidaria se a conta desse os tais 50. Só não desisti da leitura porque não gosto de deixar nada pela metade; além disso, já tinha dito para algumas pessoas que iria comentá-lo aqui no blog. Então, fui até ao fim.

Enfim, O Cinquenta Tons de Cinza não teve nenhum apelo para mim, nem mesmo serviu como diversão. Não sei o que viram nesse livro, talvez um pouco de futilidade para matar o tempo; assim como veem, às vezes, nos filmes românticos água com açúcar. Se eu vou ler a continuação, o tal Cinquenta tons mais escuros?  Se no primeiro a coisa já ficou preta para mim, imagina com tons mais escuros! Não sou tão curioso e obstinado assim.

A gente se vê na próxima!


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

MINHAS TARDES COM MARGUERITTE


Se estiver a fim de assistir a um filme leve, engraçado, descomprometido e cativante, indico "Minhas Tardes com Margueritte." Essa comédia francesa aborda, principalmente, a amizade. Uma amizade diferente, improvável, entre duas pessoas praticamente opostas. De um lado, uma senhora de 90 anos, inteligente, culta, esperta; do outro, um sujeito com aproximadamente cinquenta anos, bronco, iletrado, nada inteligente e muito inocente. Entre os dois nasce um sentimento puro e singelo.

Germain (Gérad Depardieu), o tal sujeito bronco, costuma passar horas sozinho na praça da cidade, lá ele conhece Margueritte (Gisèle Casadesus), a tal velhinha culta, e passam a se encontrar todas as tardes no local para conversarem. Nos encontros conversam sobre diversos assuntos, entre esses literatura. É quando Margueritte introduz Germain no universo das letras. Sua relação com os livros é meio conturbada, mas ele consegue tirar da leitura lições importantes para sua vida.

O que me agradou no filme foi sua visão otimista da vida, apesar das agruras pessoais dos dois protagonistas. O diretor tem o mérito de expor esses sofrimentos sem recorrer a excesso de sentimentalismo para comover o público; ao contrário,  trata a questão com leveza, bom-humor e naturalidade. E drama é o que não falta para ser explorado. Germain sofreu muito desde criança: não conheceu o pai, sempre foi maltratado pela mãe e era perseguido por professores e colegas. Como se fosse pouco, ainda lhe faltam inteligência e beleza física; porém, ainda assim, tem amigos, namora uma mulher bem mais jovem e bonita, tem emprego, vive de maneira simples, mas, bem. Margueritte, por sua vez, mora  na solidão de um asilo e praticamente não recebe visitas da família, mas nem por isso fica lamentando sua vida; tem sempre uma fala alegre e doce. Desse modo, os dois despertam em nós mais simpatia do que piedade.

Minhas Tardes com Margueritte fala, com simplicidade e sutileza, de compaixão, amor incondicional e otimismo. Ótima opção para aqueles momentos em que queremos ver apenas um bom e belo filme, sem muitas pretensões.


Ficha técnica e trailler

Diretor: Jean Becker
Elenco: Gérard Depardieu, Gisèle Casadesus, Maurane, Patrick Bouchitey, Jean-François Stévenin, François-Xavier Demaison, Claire Maurier, Sophie Guillemin
Produção: Louis Becker
Roteiro: Jean Becker, Jean-Loup Dabadie
Ano: 2010
País: França
Gênero: Comédia/Drama






segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O ALQUIMISTA - PAULO COELHO


Se, por um lado, Paulo Coelho sempre foi alvo de críticas pesadas por parte dos especialistas; por outro,  foi sucesso de vendas em todas as suas produções literárias. Essas posições contrárias despertavam a minha curiosidade para saber qual desses dois lados tinha razão. Como entendo ser injusto criticar sem conhecer, resolvi ler algo desse escritor. Vai que eu goste!! Afinal ele é um dos escritores brasileiros mais lidos no mundo, já vendeu milhões de exemplares de suas obras; não é possível que não exista nada que se aproveite nos seus livros! Escolhi, então, O Alquimista.

Não é que me surpreendi!! O Alquimista é pior, muito pior, do que eu pensava. Aff!! Como não conhecia os trabalhos literários do Paulo Coelho, imaginava que a implicância da crítica com esse escritor girava em torno do conteúdo com teor espiritualista, místico, com doses de auto-ajuda, de seus livros. Mas não é só isso, pelo menos, não em O Alquimista. Literariamente falando, a obra é ruim em tudo mesmo. A história é batida e previsível, o texto é primário e repetitivo, cheio de frases de efeito rasas, clichês e lugares-comuns, dignos de constar no roteiro dos horrorosos filmes da Xuxa. A narrativa é preguiçosa e mal articulada. Não gostei de nada mesmo.

Como se não bastassem esses problemas, o livro apresenta ainda diversos e graves erros de gramática. Por exemplo: redundância (há anos atrás...), emprego de plural no verbo haver com sentido de existir (haviam certas ovelhas...), e outros mais. E não se trata de erros isolados que passaram despercebidos na revisão, afinal eles aparecem várias vezes em todo o texto. Sei que o Português é difícil e capcioso, mas falhas básicas como essas são inadmissíveis para um escritor, ainda mais para quem é membro da Academia Brasileira de Letras. (Sim, para quem não sabia, Paulo Coelho ocupa uma cadeira na ABL desde 2002, a mesma Instituição que acolheu como membros: Rui Barbosa, Machado de Assis e Guimarães Rosa. É de chorar!!).

Depois dessas colocações, vamos, então, para a história. O Alquimista conta a saga de um pastor de ovelhas que deixa sua terra, a Espanha, e sai à procura de um tesouro escondido na região das pirâmides do Egito. No caminho ele descobre que tem uma lenda pessoal e, além de procurar o tesouro, precisa vivê-la. Nessa busca, conhece algumas pessoas, entre elas um alquimista, que irão ajudá-lo a alcançar o seu objetivo. Bem, é isso. Como eu disse, batida e previsível. A trama me lembra muito uma peça de teatro. Uma que meus dois irmãos mais novos, à época com 14 e 12 anos, escreveram e encenaram, juntamente com amiguinhos da mesma idade, no quintal da casa onde morávamos.

Enfim, na minha humilde avaliação, nada em O Alquimista se salva. Não consigo entender como foram vendidas 65 milhões de cópias desse livro, sendo a obra traduzida para 73 línguas. Paulo Coelho já garantiu que, como mago, é capaz de fazer chover, e eu começo a acreditar. Pois, para quem consegue a proeza de vender tantos exemplares desse livro, em vários países, produzir chuva é moleza. Só pode ser obra de algum tipo de magia!

Existem, pelo menos, dois casos misteriosos de sucesso que me intrigam: Amado Batista e Latino. Não consigo encontrar explicação para o sucesso de público desses artistas. Agora, juntou-se a esses dois o do Paulo Coelho. Esses três tinham tudo para dar errado e deram certo. E recuso-me a aceitar que o êxito comercial desses casos se deve apenas ao Marketing e à curiosidadeHá algum fenômeno oculto. No caso do Paulo Coelho, pode-se alegar que ele é mago. Ok! E os outros dois? Humm...A não ser que... O Paulo Coelho também seja o Amado Batista e o Latino. Isso! Os três são a mesma pessoa, o mesmo mago, o Mestre dos Magos, que, segundo dizem, também é o Vingador! É...Caverna do Dragão marcou a minha infância, estou curioso para ver o último episódio. Mas...Do que eu falava mesmo...? Ah, não importa mais!

Até a próxima!!


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

CARAVAGGIO


A pintura sempre me pareceu interessante, mas nunca me chamou atenção ao ponto de me incitar a buscar mais informações sobre o assunto. Até que tive a oportunidade de ver pessoalmente quadros de alguns grandes gênios (Leornardo da Vinci, Michelangelo, Goya, Monet, Renoir) e pude entender um pouco a dimensão da beleza e da importância dessa arte. Quando podemos apreciar essas obras em seu tamanho e cores originais, a sensação é outra: percebemos a precisão e a riqueza dos detalhes, bem como sentimos a emoção que as imagens transmitem. Depois dessa experiência, passei a me interessar mais pela pintura e procurei adquirir mais conhecimento sobre esse tipo de manifestação artística.

Essa introdução foi para falar do tema de hoje: a exposição de Caravaggio. Até domingo, dia 14/12/2012, no Palácio do Planalto, seis obras desse genial artista italiano estarão expostas para a nossa apreciação. A mostra é pequena em número de quadros, mas grande em importância. Para se ter uma ideia, essa é a maior mostra do artista já realizada na América do Sul, e as obras Medusa Murtola e Retrato de Cardeal são exibidas pela primeira vez fora da Itália. Além dessas particularidades, temos ainda a grandeza artística de Caravaggio. Ou seja, motivos não faltam para comparecer ao local e conferir a exposição. Estive lá na terça.

E qual é a minha impressão sobre esse pintor? Bem, ficou evidente para mim, nas suas obras, que Caravaggio dominava com mãos hábeis a técnica do claro-escuro, com pinceladas rápidas e leves na parte clara, mas lentas e firmes na parte escura. Recurso que ressaltava todo o vigor e dramaticidade dos temas, revelando a personalidade forte, polêmica e contraditória do artista.

Que tal a análise? Consegui impressionar? Pois essa minha opinião nada mais é que um apanhado de informações colhidas do folder recebido na mostra e daquelas plaquinhas posicionadas ao lado dos quadros. O máximo que eu conseguiria elaborar com meu conhecimento técnico sobre pintura e sobre esse grande artista italiano seria: Uau!! Mas ainda bem que essa arte não é só para quem tem conhecimento técnico, podemos analisá-la com a emoção. E, emocionalmente falando, as obras são belíssimas e transmitem fortes sentimentos. A minha preferida foi a tela São Jerônimo que escreve: tensa e angustiante.(figura abaixo)

Então, o fato de não entender nada do pintor ou da sua arte não é motivo para não ir à exposição. Pois, mesmo não entendendo nada (meu caso, por exemplo),  você pode se encantar com a beleza das obras e se emocionar com a mensagem que elas comunicam.

Confiram!!


São Jerônimo que escreve


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

THE SMITHS


Fiquei empolgado com a última postagem e decidi falar novamente de outra excelente banda inglesa de rock. Dessa vez, uma um pouco mais antiga, que teve vida bem curta: surgiu e acabou na década de 80. Refiro-me aos The Smiths.

Em 1982, os músicos Morrissey, Johnny Marr, Andy Rourke e Mike Joyce deram início, em Manchester, Inglaterra, aos The Smiths, banda que, apesar de durar apenas cinco anos e gravar somente quatro álbuns de estúdio (The Smiths, Meat is Murder, The Queen is Dead e Strangeway, Here We Come), marcou o rock mundial dos anos 80, sendo apontada como a mais influente do cenário alternativo da década. Inclusive influenciou e influencia diversas bandas contemporâneas, por exemplo: Oasis e Belle and Sebastian.

Se, por um lado, os The Smiths não experimentaram estrondoso sucesso mundial, não bateram record de venda de discos, nem foram agraciados com prêmios renomados; por outro, receberam elogios da crítica e conquistaram admiradores fiéis ao redor do planeta, com o seu som melodioso, contagiante e agradável, letras elaboradas e a inconfundível voz, doce e anasalada, de Morrissey.

Geralmente associam essa banda a letras tristes, duras, melancólicas e, às vezes, até depressivas. E essas pessoas não estão enganadas; de fato, essas características estão bem presentes em suas músicas. Entretanto seu repertório não se resume a isso. Também podemos encontrar letras de incentivo, animadas, divertidas e bem-humoradas; algumas vezes, um humor ácido; outras vezes, brando. E elas falam de diversos assuntos: das angústias do homem comum, da juventude, de política, da sociedade, e por aí vai.

As melhores músicas deles na minha opinião são: There is a light that never goes out, Ask, The boy with the  thorn in his side, Still ill, Bigmouth strikes again, Please, please, please, let me get what I want, William, It was really nothing, This charming man, Heaven knows I'm miserable now. 

Abaixo vídeo de algumas dessas músicas.

There is a light that never goes out


The boy with the thorn in his side


Bigmouth strikes again


Still ill


Please, please, please, let me get what I want



  







quarta-feira, 3 de outubro de 2012

RADIOHEAD


Faz tempo que não falo de música aqui no blog, pois então vamos falar desse assunto hoje. Resolvi compartilhar, nesta postagem, minha impressão sobre a excelente banda inglesa Radiohead, grupo formado no fim da década de 1980 na cidade de Abingdon, Oxfordshire, que entrou no cenário musical da década de noventa, sendo composta pelos integrantes Thom Yorke, Jonny Greenwood, Ed O'brien, Colin Greenwood e Phil Selway. Seus álbuns de estúdio são Pablo Honey, The Bends, Ok Computer, Kid A, Amnesiac, Hail to the Thief, In Rainbows, The King of Limbs.

O primeiro sucesso da banda foi a música Creep que faz parte do primeiro disco, Pablo Honey, lançado em 1993. Depois desse disco, a popularidade do Radiohead só aumentou a cada lançamento, até alcançar fama internacional com o álbum Ok Computer; fama que foi consolidada pelos álbuns seguintes. Sucesso de público e crítica, o Radiohead já vendeu mais de 30 milhões de discos em todo mundo e recebeu diversos prêmios; entre esses, três vezes o Grammy de melhor álbum de rock alternativo.

Considero Radiohead a melhor banda contemporânea de rock e uma das melhores da história. Graças a letras, melodias e arranjos muito bem elaborados. Para mim, seu grande diferencial, sua grande marca, são os arranjos, extremamente bem ajustados com as músicas e as letras. Essa combinação tem o efeito de nos conectar imediatamente às canções.

Porém não é só a qualidade musical que credencia o Radiohead a entrar para a história do rock. Outras grandes virtudes são sua coragem, ousadia e competência. Coragem e ousadia de se reinventar e mudar o seu estilo, arriscando introduzir elementos de outros ritmos musicais como eletrônica e jazz. E competência para fazer essa introdução com muita qualidade sem comprometer a essência da banda. E a ousadia não se restringe ao plano musical, mas alcança o mercadológico também. Uma prova disso foi a forma de divulgação e venda do álbum In Rainbows, oportunidade em que eles lançaram as músicas na internet para download, e os interessados pagavam o valor que achavam que cada música valia. Grande sacada, que serviu ainda para turbinar a venda dos exemplares físicos desse álbum.

Dos todos os discos de estúdio citados, só não tenho os dois últimos (In Rainbows e The King of Limbs). Pablo Honey não tem nada de especial, não chega a ser ruim, mas também não impressiona. É um disco de rock básico como muitos, mesmo a música Creep é apenas legalzinha. Parecia que seria mais uma boa banda inglesa de rock. Entretanto, já no The Bends, o Radiohead mostra que veio para marcar o rock mundial. O disco é muito bom; Black Star, High and Dry, Fake Plastic Trees, (Nice Dream) são excelentes.

Depois veio Ok Computer. Se parasse nesse disco, Radiohead já poderia figurar entre as maiores Bandas de Rock dos últimos anos. Esse é um dos melhores álbuns que já ouvi: músicas, letras e arranjos muito marcantes. Todas as músicas de Ok computer são muito boas, mas destaco: Air Bag, Paranoid Android, Let Down, Karma Police e No Surprises. Fantásticas!

Em Kid A e Amnesiac, eles mudam o estilo do seu som, experimentam bastante e introduzem elementos da música eletrônica e jazz. Com exceção de uma ou outra música, particularmente eu não gostei do resultado, mas não dá para dizer que os discos sejam ruins; não há comprometimento da qualidade musical. Tanto é assim que esse dois álbuns foram os que mais fizeram sucesso. Porém não me identifiquei com o novo estilo adotado.

No último que conheço,  Hail to the Thief, eles mantém certas características de Kid A e Amnesiac e retomam um pouco o som de The Bends e Ok Computer. Esse mistura me agradou, apesar de não ser um álbum, em vista dos outros, tão marcante.

Ainda quero comprar os dois últimos e conferir o trabalho deles. Estou quase certo que não vou me decepcionar.

Confiram!!

Segue a seleção de vídeos de algumas músicas de minha preferência.

Black Star



High and Dry

No Surprises


Karma Police


Let Down


You and Whose Army




segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ELOGIO DA MADRASTA


Antes de mais nada, gostaria de pedir desculpas pelos erros de digitação e concordância da última postagem, que passaram despercebidos por falta de uma revisão mais cuidadosa. Serei mais atento nesta e nas próximas. Ah! Os erros foram devidamente corrigidos. Se ainda encontrar outros mais, é mesmo por puro desconhecimento mais profundo de Português desse blogueiro.  Vamos então para o assunto desta postagem.

Pois é, viajei a trabalho de novo e...! Como vocês sabem... li mais um livro. Autor? Chico Buarque? Não, não dessa vez. Nessa viagem, escolhi um do prestigiado, premiado (inclusive com Nobel) e conceituado escritor peruano, Mario Vargas Llosa: Elogio da Madrasta. Nesse livro, Llosa pega um tema meio desgastado - relação complicada entre enteado e madrasta - e o transforma numa história diferente, surpreendente e ousada.

Lucrécia, uma bela e atraente mulher, no início dos seus quarenta anos, vive em plena harmonia com Rigoberto, com quem se casou recentemente, mas teme encontrar dificuldades de relacionamento com Alfonso, filho de seu marido. Para a surpresa de Lucrécia, o menino não demonstra rejeitá-la, pelo contrário, nutre por ela um grande carinho. O afeto é tanto que a madrasta começa a desconfiar que o sentimento de Alfonso não é tão puro quanto parece e traz escondido em si uma grande atração física por ela. E...Paro por aqui. Não vou contar o que acontece. Só sei que entramos na trama e compartilhamos das dúvidas de Lucrécia. Inclusive o fato do autor esconder a idade do menino nos deixa ainda mais confusos em relação às suas reais intenções.

Devo adiantar que Elogio da Madrasta figura na categoria de novela erótica e, como tal, contém descrição, com riqueza de detalhes, das relações íntimas do casal. Mas não se preocupem (ou se preocupem, sei lá o gosto de cada um), nessa obra você não vai encontrar baixaria, vulgaridade ou grosseria. Tudo é descrito com muita elegância, delicadeza e refinamento. E Llosa não fica apenas nesse tema; ele descreve detalhadamente também momentos de higiene pessoal, abordando inclusive, em suas palavras, atos de purificação intestinal, mas o faz com tanto humor e sofisticação que provoca mais riso do que asco.

Outro aspecto interessante e inovador é a forma como a obra foi organizada. Depois de cada capítulo, o escritor interrompe a história usando contos históricos, mitológicos e religiosos, que, de alguma maneira, estão relacionados com a trama e com os seus personagens. Com esse recurso, o livro ganhou frescor, beleza e sofisticação.

Muito, muito bom!