segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ELOGIO DA MADRASTA


Antes de mais nada, gostaria de pedir desculpas pelos erros de digitação e concordância da última postagem, que passaram despercebidos por falta de uma revisão mais cuidadosa. Serei mais atento nesta e nas próximas. Ah! Os erros foram devidamente corrigidos. Se ainda encontrar outros mais, é mesmo por puro desconhecimento mais profundo de Português desse blogueiro.  Vamos então para o assunto desta postagem.

Pois é, viajei a trabalho de novo e...! Como vocês sabem... li mais um livro. Autor? Chico Buarque? Não, não dessa vez. Nessa viagem, escolhi um do prestigiado, premiado (inclusive com Nobel) e conceituado escritor peruano, Mario Vargas Llosa: Elogio da Madrasta. Nesse livro, Llosa pega um tema meio desgastado - relação complicada entre enteado e madrasta - e o transforma numa história diferente, surpreendente e ousada.

Lucrécia, uma bela e atraente mulher, no início dos seus quarenta anos, vive em plena harmonia com Rigoberto, com quem se casou recentemente, mas teme encontrar dificuldades de relacionamento com Alfonso, filho de seu marido. Para a surpresa de Lucrécia, o menino não demonstra rejeitá-la, pelo contrário, nutre por ela um grande carinho. O afeto é tanto que a madrasta começa a desconfiar que o sentimento de Alfonso não é tão puro quanto parece e traz escondido em si uma grande atração física por ela. E...Paro por aqui. Não vou contar o que acontece. Só sei que entramos na trama e compartilhamos das dúvidas de Lucrécia. Inclusive o fato do autor esconder a idade do menino nos deixa ainda mais confusos em relação às suas reais intenções.

Devo adiantar que Elogio da Madrasta figura na categoria de novela erótica e, como tal, contém descrição, com riqueza de detalhes, das relações íntimas do casal. Mas não se preocupem (ou se preocupem, sei lá o gosto de cada um), nessa obra você não vai encontrar baixaria, vulgaridade ou grosseria. Tudo é descrito com muita elegância, delicadeza e refinamento. E Llosa não fica apenas nesse tema; ele descreve detalhadamente também momentos de higiene pessoal, abordando inclusive, em suas palavras, atos de purificação intestinal, mas o faz com tanto humor e sofisticação que provoca mais riso do que asco.

Outro aspecto interessante e inovador é a forma como a obra foi organizada. Depois de cada capítulo, o escritor interrompe a história usando contos históricos, mitológicos e religiosos, que, de alguma maneira, estão relacionados com a trama e com os seus personagens. Com esse recurso, o livro ganhou frescor, beleza e sofisticação.

Muito, muito bom!

Nenhum comentário:

Postar um comentário