quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

ESSE CARA SOU EU - ROBERTO CARLOS


Nunca gostei de Roberto Carlos, e, se havia alguma chance de gostar dele, ela foi fulminada quando ele gravou uma música para gordinhas e outra para mulher de óculos. Desastre total! (Quero deixar claro que não tenho nada contra o tema, contra as mulheres de óculos ou gordinhas, o problema era a baixa, ou nula, qualidade das músicas mesmo).

Pois bem... De tanto falarem da tal nova música dele (Esse cara sou eu), ver postagem sobre essa canção no facebook, ver referências a ela em sites, superei minha resistência ao cantor e resolvi ouvi-la. Que arrependimento! Agora, aquele refrão chato não para de martelar a minha cabeça (esse cara sou eu...essa cara sou eu...esse cara sou eu).

Que pobreza de letra! Parece que foi feita de improviso. Não sei quem é o compositor, não sei se é o próprio Roberto Carlos, mas, ao prestar atenção à letra, tenho a impressão de que foi feita às pressas. O compositor, com o prazo vencido para entregar a encomenda, sem saber mais o que fazer, travado num bloqueio criativo, correu a uma papelaria perto de sua casa e copiou um monte dessas frases românticas horrorosas, que encontramos naqueles cartões bregas de amor; depois mexeu um pouquinho e... voilà: Esse cara sou eu! Está aí o processo de gestação dessa música! Só pode ser!

Por falar em letra, as rimas são tão fáceis e previsíveis, que, depois de ouvir a primeira estrofe, comecei a fazer um joguinho (serviu-me também para não dormir durante a execução): tentar adivinhar a palavra que rimaria com a última da frase anterior. Não é que eu fui bem! Não que eu seja o cara (esse cara não sou eu) - qualquer um teria o mesmo desempenho -, as rimas é que eram óbvias demais. E, ainda no terreno da letra, temos um momento estranho e cômico. Uma frase, devido à sua ambiguidade,  confunde, no primeiro momento, e dá margem para interpretações engraçadas. Esta é a frase: "Que depois do amor você se deita em seu peito".  Levei um susto! Será que a mulher exagerou na prótese de silicone?! Ou, além de pescoçuda, ela é uma habilidosa e bizarra contorcionista?! Claro que não é nada disso! A mulher deita no peito do tal do cara. Mas que a frase ficou estranha e mal elaborada, isso ficou.

E a melodia? Sem muitas palavras: pobre e chata!

Quer exemplo de um verdadeiro "cara" em uma música? Segue a letra logo abaixo.


O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

Outro exemplo? O terceiro cara nessa letra.

O primeiro me chegou
Como quem vem do florista:
Trouxe um bicho de pelúcia,
Trouxe um broche de ametista.
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha.
Me mostrou o seu relógio;
Me chamava de rainha.
Me encontrou tão desarmada,
Que tocou meu coração,
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse "não".
O segundo me chegou
Como quem chega do bar:
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar.
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida.
Vasculhou minha gaveta;
Me chamava de perdida.
Me encontrou tão desarmada,
Que arranhou meu coração,
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse "não".
O terceiro me chegou
Como quem chega do nada:
Ele não me trouxe nada,
Também nada perguntou.
Mal sei como ele se chama,
Mas entendo o que ele quer!
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher.
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não,
Se instalou feito um posseiro
Dentro do meu coração.

Está aí o vídeo da canção do Roberto Carlos




7 comentários:

  1. Meu bem, Chico é Chico. Rsrs. Simplesmente adoro essa primeira música. Linda, linda. Ela é de derreter qualquer coração. Boa lembrança.

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    1. Sem dúvida! Chico é genial. Peguei pesado na comparação; o nível foi muito alto. Eu poderia ter comparado com alguma inferior, mas essas duas foram as primeiras que apareceram na minha cabeça.
      Obrigado por comentar.

      Até logo!

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    2. Fiquei tão empolgada com a música do Chico que esqueci de falar da música do Roberto. Rsrsrs. Sou uma romântica que chora em filmes românticos americanos então não posso negar que gosto dessa música. Gosto mas até hoje só a escutei umas duas vezes totalmente, não é a preferida d cantar no banheiro.

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  2. nessa ele realmente se superou...ruim demais...

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    1. E olha que a música para as gordinhas e a música para a mulher de óculos já são horríveis!! Contando essa, eu ainda não sei qual é a pior das três.

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  3. Concordo em gênero, número e grau. Essa música é horrível, digo que é o melô da mentira! E o refrão realmente não sai da cabeça... insuportável!

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    1. Oi, Nádia!
      Melô da mentira foi boa!rsrs E uma mentira muito mal contada, por sinal.
      Estou com o refrão até hoje na cabeça; estou ficando preocupado.
      Valeu pelo comentário!
      Até mais!

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