quarta-feira, 23 de julho de 2014

A EXPERIÊNCIA DA ARTE - ARTE PARA CRIANÇAS



Até o dia 11 de agosto, terá lugar no CCBB a exposição A Experiência da Arte - Arte para Crianças. O diferencial desse evento é a oportunidade oferecida aos visitantes de conhecer e participar do método de elaboração da obra do artista e até mesmo interagir com ela. 

Outro aspecto interessante e positivo, a meu ver, é o fato de que, na maioria dos casos, não há regras ou orientações aos participantes quando eles vão confeccionar a própria arte; e, quando há, é só o mínimo necessário para que a arte funcione devidamente, como no caso da construção da fotografia com a técnica utilizada por Vick Muniz. Portanto, via de regra, há liberdade para se fazer o que quiser com os objetos disponíveis. Convém salientar que, apesar do título da mostra destacar como público-alvo as crianças, os adultos não são proibidos de colocar a mão na massa.

São vários e diferentes trabalhos: fotografias, esculturas, poemas visuais, obras sonoras, esculturas; tudo num espaço bem amplo e confortável. Propositalmente, há poucas informações sobre as obras, objetivando dar liberdade de interpretação e apreciação ao visitante. E a cereja do bolo...? a entrada é franca! Vou destacar as que achei mais interessantes em termos de possibilidade de participação e interação com elas.


1 - O artista Eduardo Coimbra usou esses grandes cubos para apresentar uma concepção diferente de uma casa. A criança pode entrar e subir nos cubos à vontade.




2 - Com essas pequenas peças, o participante fica livre para montar a escultura que desejar. Com a experiência, crianças e adultos entendem como foi elaborada a obra "Malhas da Liberdade" de Cildo Meireles.




3 - Numa parede magnetizada, o visitante tem a liberdade de grudar as palavras do jeito que desejar, formando seus próprios poemas.



4 - E, para mim, a mais interessante de todas: o ateliê-estúdio fotográfico que revela elementos da técnica utilizada por Vick Muniz para fazer alguns de seus trabalhos. Após fazer o esboço em um desenho, a imagem desse desenho é projetada numa tela no chão, e os participantes podem cobri-lo com o material colocado à disposição no espaço: cordas, fitas, panos, formas geométricas. Em seguida, é tirada uma foto do desenho com os acréscimos físicos, e o resultado é exposto. (Como não é permitido tirar fotos do ateliê-estúdio fotográfico, seguem exemplos do antes e depois dos desenhos que foram feitos no local. O depois está à esquerda).




Instrutiva, divertida e interativa. É um ótimo programa com as crianças.

Para saber mais, acesse o link a seguir: http://culturabancodobrasil.com.br/portal/experiencia-da-arte-serie-arte-para-criancas/#local


quinta-feira, 17 de julho de 2014

O HOMEM DUPLICADO



Sou amante do futebol, por isso, durante a copa, me afastei um pouco do blog (só tinha cabeça para o evento. rsrs). Agora, que a copa acabou e consigo pensar em outra coisa, volto minha atenção a este espaço. Volto comentando um filme: O Homem Duplicado, que foi baseado na obra homônima de José Saramago. Como ainda estou pegando o ritmo, não vou quebrar a cabeça fazendo a sinopse; segue a que retirei do site Adoro Cinema: Um pacato professor de história descobre acidentalmente a existência de um sósia seu, um ator, quando assiste a um filme banal. Ele, então, resolve ir atrás de seu duplo, envolvendo sua namorada e a esposa dele, em uma trama de suspense que muda a vida a vida de todos os personagens.

Hoje vou me valer de um esquema bem prático e simples, que é dividir minha análise em dois tópicos: gostei e não gostei. 

  • Gostei: 
  1. Da forma como o diretor conduziu o filme, principalmente nas relações entre o homem, o seu duplo e as mulheres envolvidas. Foi um jogo de esconde e revela bem interessante, o que segura a nossa atenção. E as verdades foram reveladas bem sutilmente, o que foi um respeito à inteligência de quem está assistindo. Apesar de bem cadenciado e até meio confuso em alguns momentos, dado o seu jogo de cenas, não foi difícil acompanhar o filme.
  2. Da atuação do  Jake Gyllenhaal. Não foi extraordinário, mas ele cumpriu seu papel direitinho.
  3. Da fotografia e dos cenários, que ajudaram a construir a atmosfera meio inquietante da história. 

  • Não gostei:
  1. Do estilo e da linguagem adotados na produção, que soaram meio pedantes. Em alguns momentos, o texto, os diálogos e os jogos de imagens e sons me pareceram uma tentativa forçada de dar mais profundidade e inteligência à obra.
  2. Do caráter enigmático da película. Até hoje tenho a sensação de não ter entendido o significado de alguns elementos do filme, por exemplo: a aranha, que vira e mexe aparece em cena. Sei que aranha, muitas vezes, representa a mulher, e parece ser isso nesse caso, mas... e aí? O que o diretor quis passar com essa representação? E será que é esse o significado mesmo? O final me pareceu bem críptico também. Quando acabou, tive vontade de fazer como um amigo meu ao ouvir o discurso maluco do Lulu Santos em seu show e gritar: Ô, viagem!! Gosto de pensar e refletir sobre a obra, sobre a mensagem que ela deseja passar, mas ficar investigando detalhes bem escondidos, ficar juntando pequenas peças, para tentar desvendar o significado de símbolos misteriosos, isso não me atrai. Acho esse recurso desnecessário e pretensioso. Claro que o fato de ter visto o filme apenas uma vez dificultou a minha tarefa de interpretação, de modo que vou vê-lo novamente, para buscar esse entendimento, mas ainda que consiga interpretá-lo, não vou mudar minha avaliação nesse item. Não foi o fato de não ter decifrado a mensagem que me fez gostar menos do filme; foi o modo de apresentá-la mesmo.

É um filme que divide opiniões. Afora algumas "viagens," eu gostei; não foi nada marcante ou impressionante, mas gostei. Assista e compartilhe sua opinião conosco. Até mais!

Ficha técnica

Gênero: Suspense/Drama

Direção: Denis Villeneuve

Roteiro: Javier Gullón

Elenco: Alexis Uiga, Darryl Dinn, Isabella Rossellini, Jake Gyllenhaal, Joshua Peace, Kedar Brown, Megan Mann, Mélanie Laurent, Misha Highstead, Sarah Gadon, Tim Post

Produção: M.A. Faura, Niv Fichman

Fotografia: Nicolas Bolduc

Montador: Matthew Hannam



Trailler